Em função da necessidade de mobilidade, seus quilombos quase sempre não possuíam elementos arquitetônicos. Eram apenas ranchos temporários.
Alguns grupos de quilombolas chegavam mesmo a viver escondidos em lapas, grutas e cavernas. Sabendo disto, o Governador Luis Diogo Lobo da Silva, ordenou que durante uma batida na região das Serras de Antonio Pereira procurassem localizar quilombolas “...batendo e prendendo todos os negros fugidos e aquilombados que se descobrirem ocultos. Examinar buracos, lapas, matos e esconderijos e ranchos suspeitos advertindo que naquelas partes com que pelas asperezas das mesmas serras e dificuldades...”1
Poderiam ou não, possuir algum tipo de liderança capaz de organizar a defesa, os ataques e a sobrevivência do grupo. Normalmente, estas lideranças eram esporádicas e diferentes das encontradas nos quilombos maiores. De fato, os líderes existiam apenas nos momentos de ataques e dos roubos às fazendas, às vilas ou aos viajantes.
Pode-se perceber que tanto os quilombos organizados enquanto hordas ou Dependentes e os outros, organizados como comunidades agrícolas ou ainda como Quilombos Auto Sustentáveis devem ser encarados não como estruturas excludentes, mas como possíveis elementos – diferentes, é claro – de uma mesma realidade que, engloba não só os quilombolas e seus quilombos, mas também uma sociedade que, de uma forma ou de outra, travava relações com estes.
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1. APM SC 130 p. 103-3v
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