Padre José Procópio Júnior em Carmo da Cachoeira

Em função da necessidade de mobilidade, seus quilombos quase sempre não possuíam elementos arquitetônicos. Eram apenas ranchos temporários.
Alguns grupos de quilombolas chegavam mesmo a viver escondidos em lapas, grutas e cavernas. Sabendo disto, o Governador Luis Diogo Lobo da Silva, ordenou que durante uma batida na região das Serras de Antonio Pereira procurassem localizar quilombolas “...batendo e prendendo todos os negros fugidos e aquilombados que se descobrirem ocultos. Examinar buracos, lapas, matos e esconderijos e ranchos suspeitos advertindo que naquelas partes com que pelas asperezas das mesmas serras e dificuldades...”1
Poderiam ou não, possuir algum tipo de liderança capaz de organizar a defesa, os ataques e a sobrevivência do grupo. Normalmente, estas lideranças eram esporádicas e diferentes das encontradas nos quilombos maiores. De fato, os líderes existiam apenas nos momentos de ataques e dos roubos às fazendas, às vilas ou aos viajantes.
Pode-se perceber que tanto os quilombos organizados enquanto hordas ou Dependentes e os outros, organizados como comunidades agrícolas ou ainda como Quilombos Auto Sustentáveis devem ser encarados não como estruturas excludentes, mas como possíveis elementos – diferentes, é claro – de uma mesma realidade que, engloba não só os quilombolas e seus quilombos, mas também uma sociedade que, de uma forma ou de outra, travava relações com estes.
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1. APM SC 130 p. 103-3v
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