Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E, no entanto, estavas dentro, de mim, e eu fora, a te procurar! Minha feiúra se lançava sobre toda a beleza que criastes. Estavas comigo, e eu longe de ti. Prendiam-me longe de ti coisas que nem existiriam, se não existissem em ti. Tu me chamaste, gritaste por mim, e vencestes minha surdez. Brilhaste, e teu esplendor pôs em fuga minha cegueira. Exalaste teu perfume, respirei-o, e agora suspiro por ti. Eu te saboreei, e agora sinto fome e sede. Tocaste-me, e o desejo de tua paz me inflama.
Santo Agostinho - As Confissões
Trecho da obra:
Encontros e desencontros
de Maria Antonietta de Rezende
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
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