O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...
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Ao terminar o estudo sobre minha avoenga dona Maria Carolina Garcia de Figueiredo, Baronesa de Monte Santo, e que fora publicado em 1938, nos n. 3 e4 da Revista do Instituto Heráldico-Genealógico, então denominada "Revista do Instituto de Estudos Genealógicos", acudiu-nos a idéia de proceder algumas pesquisas com o fim de atualizar o magnífico trabalho de Silva Leme, "Gen. Paulistana", vol. oitavo, Título DIAS, pg.62, com referência aos descendentes de Mateus Luiz Garcia (5-3), um dos fundadores de São João Nepomuceno, hoje Nepomuceno, em Minas Gerais, e, também, de coligir o maior número possível de dados biográficos daqueles meus antepassados maternos.
Para tanto, mantivemos com o distinto genealogista mineiro, sr. Ari Florenzano, residente em Lavras, uma correspondência epistolar.
DAUNT destaca o seguinte em O Capitão Diogo Garcia da Cruz:
"Diogo Garcia e Júlia Maria da Caridade como padrinhos de Ana Antônia da Silva Rezende, que era filha de uma sua sobrinha, Maria Helena de Jesus, casada com o Capitão José Antônio da Silva. A cerimônia do batizado verificou-se a 24 de março de 1761, na capela de Santo Antônio da Lagoa Dourada, em Conceição dos Prados, Minas Gerais (obra cit., pg.557).
Em 3 de outubro de 1726, ao realizar-se, na Matriz de N. S. da Conceição dos Prados, a benção matrimonial de João de Rezende Costa com Helena Maria, figura, como uma das testemunhas daquele ato religioso, Júlia Maria da Caridade, irmã da nubente e dada como moradora na Freguesia de N. S. da Conceição dos Prados (ob. cit., pgs.11 e 13).
O nome de Júlia Maria da Caridade aparece, ainda, num assento de batismo da Matriz dos Prados, a 13 de junho de 1730, conjuntamente com MIGUEL DA COSTA PEREIRA, como madrinha de Josefe, filho de sua irmã Helena Maria (ob. cit., pg.314)).
O batizado seria, mais tarde, o Capitão José de Rezende Costa, o prestigioso lavrador, da fazenda dos Campos Gerais, que tomara parte saliente na Inconfidência Mineira e, por isso, condenado "a que com baraço e pregão fosse conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morresse morte natural para sempre".
A pena, entretanto, fora comutada para o degredo em Bissáo, na África, por 10 anos, dele compartilhando o Conselheiro José de Rezende Costa, filho do Capitão José de Rezende Costa, que falecera em 1789, com a idade de 72 anos (ob. cit., pg.314).
A 5 de fevereiro de 1743, vemos Júlia Maria da Caridade, mulher de Diogo Garcia, madrinha de batismo de sua sobrinha, JOSEFA MARIA DE REZENDE, que mais tarde, aos 26 de setembro de 1764, no Oratório de N. S. do Carandaí, Freguesia de N. S. da Conceição dos Prados, contraía núpcias com o Coronel SEVERINO RIBEIRO, filho de ESTEVÃO RIBEIRO e de dona LEONARDA MARIA, ambos de famílias nobres de Lisboa (ob. cit., pg.779)".