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A história do município mineiro de Três Pontas.


Município situado no sul de Minas Gerais, é banhado ao Sul e Sudoeste pelo Rio Verde e a Oeste pelo Rio Sapucaí (hoje Represa de Furnas). Confronta ao Norte com os Municípios de Campos Gerais e Santana da Vargem, ao Sul com os Municípios de Varginha e Elói Mendes, a Leste com os Municípios de Nepomuceno e Carmo da Cachoeira e a Oeste com os Municípios de Paraguaçu e de Campos Gerais.

O local mais elevado do Município está na Serra de Três Pontas¹, que tem seu ponto culminante a 1.234 m. de altitude. Área Total: 662 km. Altitude: 901 m. Posição Geográfica: Paralelo 21 22' 20" de Latitude Sul, em sua interseção com o meridiano, 45 30' 40"" de Longitude Oeste (Gr.).

O povoamento, da região de Três Pontas, iniciou-se em meados do Século XVIII. Logo após a destruição dos quilombos, existentes à esquerda do Rio Grande, até as barrancas dos rios Verdes e Sapucaí, pelos Capitães Bartolomeu Bueno do Prado, Diogo Bueno da Fonseca, Antônio Francisco França e Manuel Francisco Xavier Bueno, novos povoadores foram chegando à região. A pouco a pouco, ao longo do Ribeirão das Três Pontas, caudatário do Rio Grande, bem como para as bandas do Rio Verde e do Rio Sapucaí, novas cartas de sesmarias foram concedidas. Anteriormente à extinção dos quilombos, algumas sesmarias já haviam sido concedidas, dentre elas a do Padre Bento Ferreira e a de Domingos Leitão Coelho (também grafado como Domingos Leytão Coelho) (1850), no Rio do Cervo e Rio do Couro do Cervo. Segundo os textos das citadas cartas de sesmarias, as terras se situavam "indo para a Serra das Três Pontas", o que comprova que a região já era conhecida, antes de 1750, e servia de referência, até mesmo pelos poderes governamentais.

A primeira capela, do arraial em formação, foi erigida por Provisão de 5 de outubro de 1768. Dois anos depois, em 19 de abril de 1770, nova Provisão foi concedida, a fim de ampliar a capela existente, demonstrando assim o rápido crescimento populacional do povoado de Nossa Senhora da Ajuda. Por equívoco histórico e erro na leitura de documentos antigos, alguns historiadores atribuem ao povoado a denominação de Arraial de São Gonçalo ou ainda Candongas. Em realidade, o nome do arraial, desde o início de sua formação, foi Aplicação da Capela de Nossa Senhora da Ajuda das Três Pontas (Ana fls. 03v. - Bens de Raiz).

O topônimo Três Pontas é devido a serra existente a cerca de 10 quilômetros da cidade, que apresenta três sinuosidades mais destacadas. Equívoco maior é atribuir a Bento Fereira de Brito a doação do patrimônio de Três Pontas, pois, até a data desta trabalho, nenhum documento foi encontrado que comprove a doação, nem mesmo a cópia da pública forma, de 20 de julho de 1895, consta a propalada doação.

A influência do Coronel Antônio José Rabello e Campo, conhecido como Rabelinho, foi decisiva para o progresso de Três Pontas. Em 14 de julho de 1832, por resolução da Regência, foi criada a Freguesia, tendo sob sua jurisdição os curatos de Nossa Senhora do Carmo (Campos Gerais) e Espírito Santo da Varginha.

A elevação à vila e, ao mesmo tempo, a município, ocorreu pouco depois, pela lei n.202, de 1 de abril de 1841.

A primeira Câmara Municipal foi instalada, em 10 de fevereiro de 1842, e seu primeiro presidente eleito foi o Sargento-Mor Antônio Gonçalves de Mesquita (3-1-1), neste mesmo dia, erigiu-se o pelourinho. A circunscrição da nova vila compreendia os distritos de Àgua-Pé (Guapé), Carmo do Campo Grande (Campos Gerais), Dores da Boa Esperança (Boa Esperança) e Varginha. Em 27 de abril de 1850, pela Lei 464 foi criada a Comarca. Sua elevação a cidade se deu pela lei 801, de 3 de julho de 1857.

Artigo de Paulo Costa Campos

1. Existe uma propriedade rural, situada nas proximidades da serra de Três Pontas, que segundo informações do cafeicultor Adolfo dos Reis, lá existem cafeeiros com mais de 100 anos os quais foram plantados pelo antigo proprietário, cel. João Cândido Reis, chama-se fazenda Calhambola ou fazebda Quilombola.

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