Padre José Procópio Júnior em Carmo da Cachoeira

São duas torres perfeitas,
São duas torres eleitas
Como símbolo do poder,
Solidamente erguidas
Para abrigar vidas
E ali dentro as proteger.
Nós somos invulneráveis,
Somos inexpugnáveis,
O povo, ao vê-las, pensava.
Nós somos donos da História!
A nós seja toda a glória,
Com desdém, filosofava.
Relendo o Livro Sagrado,
Como se deu no passado,
Hoje a história se repete.
Uma torre foi erguida,
E a gente envaidecida
Grande pecado comete.
"O Senhor desceu pra ver"
E melhor compreender
Aquela empáfia do povo.
As torres que construíram
E que, em segundos ruíram
Perfazem a história de novo.
Lá na torre, quanta gente,
Quanta língua diferente,
Quanta paz e quanto amor!
Agora, entre o escombro,
Quanta gente sem um ombro
Pra chorar a sua dor!
Faze nascer, ó Senhor,
Em meio a todo esse horror
uma nova Humanidade!
Por que uma nova guerra?
Para levar toda a terra
A uma avalanche de dor?
Que se punam terroristas
E ainda neonazistas,
Mas, a justiça, Senhor!
Em vez de retaliação,
Porque não plantar perdão
Que gera fraternidade?
Que Deus abençoe a América,
Essa terra tão feérica,
Tão bela, de norte a sul!
Mas que abençoe também
As outra pátrias de além
E todo o Planeta Azul!
Trecho da obra:
Encontros e desencontros
de Maria Antonietta de Rezende
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
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