Trecho da carta de Ary Florenzano ao Padre Manoel em 1957:
"Trata-se do Deserto Dourado, o qual algumas vezes as certidões dizem Deserto Dourado Desnudo, outras vezes Deserto Dourado Ermo, me parecendo no entanto que eram lugares diferentes. Deserto Dourado Desnudo talvez os belos e floridos campos de São Bento de Campo Belo, e Deserto Dourado Ermo, as matas virgens que circundavam Carmo da Cachoeira, que ainda não tinha um nome determinado; aliás, nessa época a família Rats, já residia nessa localidade."
“o nome Sertão ou deserto não designa uma divisão política do território; não indica seção de espécie alguma; é uma espécie de divisão vaga e convencional determinada pela natureza particular do território e principalmente pela escassez da população. O Sertão compreende nas Minas Gerais, a bacia do São Francisco e dos seus afluentes, cerca de metade da província de Minas Gerais...”.
Assim Saint-Hilaire explicava o que era o Sertão de Minas Gerais. Percebe-se que para ele, esta região poderia ser identificada, principalmente, pela escassez de sua população.
Recuando no tempo, há uma outra definição para esta mesma área:
“...Chamam-se Sertões nesta capitania as terras que ficam pelo seu interior desviadas das povoações das Minas, e onde não existe mineração. Uma grande parte porém d’ estes Sertões é formada pelas terras chans, que ficam da outra banda da Grande Serra, e ao poente d’ ella: o Rio de São Francisco corre pelo seu centro e recebe as águas por um a outro lado de ambas as suas extremidades...” (Magalhães)
Nesta definição, o Sertão além de contar com uma população pequena, não possui ouro. Em comum nas duas definições acima, a presença do rio de São Francisco. Este aparece como um elemento central e é essencial para o entendimento do Sertão de Minas Gerais, porque ele e seus afluentes dominavam a região de maneira a impedir ou facilitar o seu povoamento. Este rio nasce na região que era, no século XVIII, a Comarca do Rio das Mortes e recebe uma série de outros rios menores e ribeirões, e de acordo com Rocha, “... o fazem o mais soberbo de todos os da capitania...”.
Embora Saint-Hilaire e Couto tivessem explicado o que era o Sertão em Minas Gerais, eles não o delimitaram. Isto porque era por si só, um espaço fluido. Se ele tivesse condições de ser delimitado, deixaria de ser Sertão porque traria em si elementos capazes de o definir, tais como, população, casas, fazendas, etc.
Trecho de um trabalho de Marcia Amantino.
Texto Anterior: O Sertão bárbaro e despovoado de cristãos
Comentários
Tem outra JACINTA MARIA DE JESUS aí. Esta foi casada com Bonifácio José de Souza. Este casal em 19/11/1895 nomeia como procurador FRANCISCO ANTONIO ROZA para vender um sobrado em Varginha, "herança de seu sogro e pai BERNARDO JOSÉ GONÇALVES. Por não saberem ler e escrever assina arrogo João Thomás d´Aquino Villela, Alvaro Dias Pereira de Oliveira e Francisco Genciano das Chagas". Aproveitem, se houver algo que lhes sirva.
Aqui em Lavras, em 27/03/1894, o procurador Dr. Francisco d´Assis Ramos Penteado, residente em Mogi-Mirim-SP e Francisco Ignácio da Silva, residente em Batatis vieram assistir o inventário de seu falecido tio CARLOS ANTONIO DA SILVA LARA. O Dr. Francisco estava com a procuração dada por JOÃO CAETANO DA COSTA e sua mulher AUGUSTA PAULINA ALVES. Estiveram presentes também, morador de Lavras, MANOEL ALVES DA COSTA FILHO, morador em Lavras; PERCILIANA ALVES DA COSTA, casada com MARCIANO FLORENCIO PEREIRA, noradores em LAVRAS. Herdeiros da finada ANNA LUIZA DE CARVALHO. Estiveram como testemunhas: João de Rezende Branquinho e Gabriel José Caldeira.