O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...
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Quem é o autor JOÃO DANIEL? Que imagem ele tem do indígena? Qual a relação que se estabelecia entre esta população, missionários e colonos, analisadas sob o prisma deste autor e nas situações e vivências do dia-adia?
Embora a atuação do Pe. João Daniel tenha sido na Amazônia, o século é o 18. O trabalho é digno de ser conhecido. Ele dá a oportunidade de incorporação de informações sob uma ótica pouco divulgada. Oportuno também, dada a escassez de estudos sobre o índio na COMARCA DO RIO DAS MORTES. Na visão do Pe. João Daniel "As aldeias missionárias, podem deixar de ser vistas simplesmente como local de dominação e imposição ideológica dos padres sobre os índios, para tornar-se espaço de encontro entre homens e mulheres de etnias e culturas diversas; culturas essas que se transformavam em função das experiências de contato e dos interesses de seus agentes".