O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiros ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” Todos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cumprir …
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João do Rio e um Jornal Internético. A informação poderá ser confirmada em seus arquivos e genealogia, a partir do ano de 2005.
Em 12-05-1895, na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, Joaquim Venâncio Naves foi padrinho de Umbelina, filha legítima de Ananias de Assis Sérgio e Minervina Cândida de Jesus.
Azarias Pereira de Abreu e dona Ana Ludovina de Abreu foram padrinhos de Ambrosina na Capela de São Domingos da Barra, em 24 de novembro;
em 24-11 na Capela de São Domingos da Barra, Joaquim Pereira de Abreu e Ambrosina Esmeraldina de Abreu foram padrinhos de Ana, nascida em Lavras, filha legítima de Joaquim Sales Apolinário e Rita Maria de Jesus. O Vigário, Padre A. J. da Fonseca.
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Amargurado pela dor de uma saudade, deixei cidade (...)
e fui rever a minha terra.
Voltei pra rever as coisas que há anos não vejo
e o cheiro sertanejo,
da lindas flores da Serra.
Quando cheguei no terreiro,
chamei meus companheiros ...
e ninguém apareceu.
Os amigos que lá ficaram,
não sei se mudaram
ou se algum deles morreu.
Cheguei perto da minha morada,
a lua prateada ...
clareava o jardim.
Mamãe sente saudades
e pensa que estou na cidade,
não sabe que estás perto de mim.
(continua)
Joel Garcia Pereira. Cachoeira, 1981.
Meu velho cachorro
me encontrou com um uivado ...
chorando de dor.
Parece que ele dizia,
que nesta moradia
não existe morador.
Meu canário mensageiro,
não está mais no terreiro ...
Muito distante foi morar.
Quando daqui eu partia,
fui eu mesmo um dia
que mandei papai soltar.
O velho canarinho,
voltou para o seu ninho ...
foi viver com sua amada.
Quando um dia eu te soltei,
ele voltou como eu voltei ...
pra minha velha morada.
(continua)
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Eu bati na porta,
e disse: Papai é seu filho que volta...
abra eu quero entrar.
E matar minha saudade,
e a felicidade ...
eu quero de novo encontrar.
Ao entrar encontrei a mãezinha,
com a cabeça branquinha ...
de tanto me esperar.
Eu vi as rugas do teu rosto,
meu Deus que desgosto ...
que vontade de chorar.
Abracei mãezinha querida,
a que devo a vida ...
e a minha gratidão.
Sinto saudades de você,
Em mim existe um "M" e um "P" ...
Papai e Mamãe do coração.
(continua)
Poema. Terra Natal
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
No meu quarto eu entro agora,
Vejo o par de esporas ...
e o velho arreio.
Feito do puro couro,
é do meu alazão "Pingo de Ouro"...
de levar bois no rodeio.
Quando eu era principiante,
ganhei o meu velho berrante ...
que hoje não está na lida.
Eu fiquei entristecido,
somos dois perdidos ...
Na triste "Estrada da Vida".
Não existem mais, os bailes de terreiros,
nem os colegas e companheiros ...
das noites enluaradas.
Eu fiquei sozinho,
eles seguram os seus caminhos ...
eu segui a minha estrada.
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Todas as casas abandonadas,
com as portas fechadas ...
eu digo assim:
Só ficou a minha casinha,
papaizinho e mamãezinha ...
que espera por mim.
Fui no pasto lá em baixo,
para pegar meu macho ...
cavalo de estimação.
Ele começou a disparar,
e veio me encontrar ...
com muita satisfação.
Este cavalo é um coitado,
e sofreu calado ...
ele estava a me esperar.
parece que ele dizia,
que nós um dia
iríamos nos encontrar.
Hoje estou longe da cidade,
e sinto a felicidade ...
d morar aqui sertão.
Arranquei a dor lá do fundo,
a coisa mais bonita do mundo ...
é regressar a "Terra Natal".