Zaqueu Entrando em Jericó, Atravessando a cidade, Lá vai o grande profeta, Vai cumprindo a sua meta, Com grande sagacidade. Pressentiu que havia, ali, Um homem bem pequenino, Que tinha muita vontade De conhecer o Rabino, Que entrava na cidade. Quis então satisfazer A sua curiosidade. Faz parte do seu programa Buscar o que estava perdido. E, ao vê-lo, o Profeta o chama, Não importa o que tenha sido. - Mas, que é este que passa E para diante de mim, Pronunciando meu nome, Quer jantar comigo, enfim, Trazendo-me a salvação, Com um pecador Ele come?! As secretas intenções Não passam despercebidas, E o que vai nos corações É o que importa na vida; Não importa o que tenha sido A sua vida passada, "Eu vim buscar e salvar As ovelhinhas perdidas". -Vou dividir os meus bens, Vou dar, aos pobres, metade, E, se alguém eu defraudei, Com grande veleidade, Com certeza, restituirei Quatro vezes, em verdade. - És um filho de Abraão, Que hoje, o céu se compraza, Porque hoje a salvação Entrou dentro desta casa.
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
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ESTIVA
Nas janelas, as guirlandas
De cravos, jacintos, amores-perfeitos
Enfeitam, perfumam o ar,
E lembram sonhos desfeitos.
Já tantos anos passados,
Como é doce recordar!
Da velha fazenda, os arcanos
Quero agora evocar.
Na varanda, minha tia
Tecia. Que interessante o tear!
A naveta, com maestria,
Desliza daqui, prá lá.
A cadência bem marcada,
A nós, crianças, sugeria
Alguma dança fantástica
Com címbalos e atabaque,
Que nos dizer parecia:
- D. Zirica, baque-que-baque ...
No salão, meu padrinho,
Que era exímio alfaiate,
Cortando o brim, a´lã, o linho:
- Raque-que-raque, raque-que-raque ...
E lá embaixo, o moinho
Moendo o fubá para o bolo
E os passarinhos.
E ao lado o velho monjolo
Pilando o arroz e a canjica
Bate-que-bate, toda manhã:
Chuaaá ... pã-pã...
No jardim, havia flores,
Na primavera e o ano inteiro.
Lilases, azaléias, rosas de muitas cores
Atraindo os beija-flores,
Fazendo a vida mais bela;
O jasmineiro-do-cabo,
Com seu perfume excitante,
E o manacá, na cancela
Recebendo os visitantes.
Na estrada, o carro de bois
Vem cantando uma elegia
E, junto dele, os dois -
Meu pai que era bom carreiro
E, na frente, com ufania,
Meu irmão, o candeeiro.
No curral, tirar o leite,
O balde cheio de espuma,
De meu tio era o deleite,
Com o calor, o frio, a bruma.
Na cozinha, a outra tia
Preparava a refeição,
Punha a alma nas panelas,
E o prato mais trivial,
Quando era feito por ela,
Ganhava um sabor de festa,
Um sabor especial,
Tal o capricho que punha
Em tudo quanto fazia.
E, ali mesmo, o fogareiro,
Histórias de assombração,
O braseiro, o lampião,
E a família reunida em oração.
Velha fazenda avoenga!
Como é doce recordar
O seu passado de glória,
Que já ficou na história
E jamais há de voltar!
A Fazenda ESTIVA pertence ao conglomerado - FAZENDA DAS ABELHAS, dos Naves/Rezende. Fazendas centenárias, pertenciam elas ao Distrito da Boa Vista. Lavras do Funil. Comarca do Rio das Mortes. Partes das terras deste conglomerado, em suas zonas mais limítrofes, ora pertencendo ao município de Luminárias, ora ao de Lavras e, hoje, ao de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais. Mais ao sudeste, a Fazenda das Abelhas faz divisa com as terras do Município de Três Corações. Muitas crianças desta zona limítrofe estudam aqui, em Cachoeira. O governo do município de Três Corações tem parceria com o do de Carmo da Cachoeira no que diz respeito ao transporte escolar. Muitos pais desta região votam em Carmo da Cachoeira e elegeram este município para a formação de seus filhos.