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O Projeto Partilha e o resgate de nossa memória.

Convidamos cada um para que conosco faça esta viagem através das fazendas que foram as impulsionadoras da criação da sociedade cachoeirense. Que o espírito criador que existe em cada uma delas leve-nos a ampliar nossa visão e atenção. Cada fazenda é um ponto de conexão com o Criador, através de seus oratórios, ermidas e capelas. Era assim que acontecia a manifestação religiosa e eram esses pontos que nossos ancestrais, dos idos dos séculos XVIII e XIX, buscavam para suas preces e eventos religiosos. Nosso foco: cachoeira dos Rates, no sítio Cachoeira, nos campos de Santana das Lavras do Funil, e sertões de Cataguás com suas relações e ligações sociais e religiosas.

As fazendas de Carmo da Cachoeira foram heranças ainda dos tempos coloniais na era do Brasil de Portugal. As três grandes fazendas de antigamente eram: Retiro, Rancho e Boa Vista; foram desdobramentos de sesmarias, sistema de doação de terras adotado pelo governo português. Anteriormente as terras brasileiras eram divididas em Capitanias Hereditárias. Entre as fontes de estudo das primeiras manifestações sociais estão as antigas Capitanias de São Vicente e do Espírito Santo. Aquele tempo a cidade mais próxima era São João del Rey, criada em 1713, logo após as vilas de Mariana, Ouro Preto e Sabará, criadas em 1711. Só em 1737 Campanha foi reconhecida.

A região onde está hoje Carmo da Cachoeira nada mais era do que um ponto de passagem. As denominações eram referenciais: campo, sertão inculto ou deserto. No entanto, a vida resplandecia através daqueles que por ali transitavam e deixavam alguns sinais. Posteriormente homens corajosos fincaram suas raízes no lugar. Criaram as fazendas que ora vamos conhecer. A lente de Evando registrou o percurso realizado na busca de informações pelas tradicionais fazendas do município. A neutralidade e a imparcialidade foram companheiras na trajetória.

Senhor Supremo, a ele entregamos um pedido muito especial: apodera-se de meus pensamentos que eles sejam sempre iluminados.”

E para que a luz? Para que se pudesse conhecer a Consciência interna, própria e individual, que molda a vocação deste imenso município. Assim, percebeu-se a vocação religiosa como forte presença neste amplo berço, a freguesia do Carmo da Cachoeira.

Manifestamos gratidão aos pontos de expressão religiosa presentes nas antigas fazendas. A antiga ermida do Padre Bento constitui marco fundamental que alicerça a história do tradicional município de São Bento Abade. A comunidade paroquial, ao comemorar o Sesquicentenário está ligada em primeira instância à Diocese de Campanha. Desenvolve sua pastoral segundo as determinações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. É pároco o Padre André Luiz da Cruz, tendo em memória ainda o Padre Bernardo Scharfentein como vigário.

O Projeto Partilha registra a antiga capela, hoje paróquia, surgida como movimento aglutinador de outros pontos particulares existentes nas fazendas, com suas ermidas, oratórios ou pequenas capelas. Acompanhando a evolução histórica e social do País, a Igreja segue hoje norteada pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, na busca de um ideal: construir uma sociedade solidária.

Este é o desafio foi proposto no ano do sesquicentenário e o resultado deste trabalho é aqui publicado.



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