O prefeito municipal e a secretária de Educação, Cultura e Lazer, ao assinarem a apresentação da obra: “Atlas Escolar. Histórico e Geográfico do Município de Carmo da Cachoeira – MG. Edição 2007” declararam:
“Este Atlas permite às crianças descobrirem protagonistas de sua história. Conhecendo, passam contribuir para potencializar o que ela tem de bom, preservar seu patrimônio e símbolos do passado.”
Dentre os símbolos, o Hino da cidade. Escrito pela
Professora Maria Antonietta, encontra-se em fase de oficialização. A tradição garante a manutenção desta criação.
O povo canta, reconhece o hino de sua cidade, e atento acompanha o processo de sua oficialização. A administração pública e
Câmara municipal apoiam a manutenção daquilo que foi consagrado pela tradição. Dois pontos fortes na letra do hino bastam para garantir sua oficialização. O primeiro é o que diz da religiosidade presente na população e que a cada dia se torna mais revelador da identidade e vocação de Carmo da Cachoeira – a religiosa, incluindo aí diferentes religiões e tendências espiritualistas. A letra afirma esta convicção nas palavras:
Sob o manto da mãe protetora,
Que lá do céu por ti vela,
À sombra do escapulário
Refulgirás sempre bela.
O segundo ponto é que enfoca a força econômica garantida através de sua agricultura e pecuária. O setor primário de produção está representado no hino em:
Teu balde e tua peneira,
Mantêm teu povo de pé.
O balde – como representação da pecuária, o leite.
A peneira como representação de sua agricultura, o café.
Hino a Carmo da Cachoeira
Letra e música de Maria Antonietta de Rezende.
Arranjo do maestro Edgar Xavier.
Interpretação da mezzo-soprano Maísa Nascimento.
Instrumental: Teresa Maciel.
Sobre a autora:
Tendo como berço Carmo da Cachoeira, nasceu a 9 de outubro de 1934 no seio de uma das mais tradicionais famílias do município – a família Rezende. A professora Maria Antonietta deixou seu legado, o “modelo de compromisso e envolvimento com a terra em que nasceu”. Trabalhou consciências, procurando desenvolvê-las, elevá-las. Fazia isto com seus alunos, com os componentes dos grupos musicais que coordenava, com as crianças ligadas à Igreja, enfim, com toda população. Foi um exemplo vivo de “compromisso com a tradição” e um elo da longa corrente que chegou até nós neste ano comemorativo. Fez sua parte. Nós fazemos a nossa – manter a tradição. No dia-a-dia deixou o exemplo de vida. Através de publicações, sua visão de mundo. Editou “Evocações daqui e de além”, “Encontro e desencontros” e “Coletânea de hinos litúrgicos”. Dedicou sua vida ao estudo, à educação e à sua Igreja, como catequista, cantora e liturgista.
Patrick A. Carvalho, ao prefaciar sua obra “Encontros e desencontros”, coloca holofote sobre a poesia “Beija-flor e a rosa”. Diante da claridade e luz, lê a essência nela contida e a sintetiza como “a metáfora do encontro perfeito”. Este é o espírito contido na poesia e escondido por detrás das palavras. Palavras, embora representações simbólicas, traduzem materiais. A sequência destes símbolos reflete os desencontros próprios do mundo físico. Nele, o jogo fricção e tensão como instrumentos de crescimento. Patrick capta este jogo ao dizer: “A vida, no entanto, traz desencontros, o amor é ‘amarga delícia’”. É assim que o prefaciador termina a apresentação da obra:
“De todos os talentos da poeta, destacou – sem prejuízo, dos outros – a coragem. Escancarou seu coração e o mostrou para todos. Na esterilidade da terra lançou sua semente. Correndo riscos, partilhou.”

Comentários
Agora leio que a peneira representa essa agricultura que matou nossa fome - minha e de meus irmãoszinhos.
Parabéns aos organizadores do blog
Pai-Nosso,
Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só, em toda a Luz, assim como todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as Comunidades...
Que assim seja.
Brigadão. Aí do céu saiba que a amamos muito.
E não conta nada para o pessoal daqui de São Paulo. Como bom mineiro, fica caladinho. Parabéns pelo seu trabalho em nível cultural. Eu pessoalmente desconhecia.