Pular para o conteúdo principal

A posse do Padre Daniel Menezes Fernandes.

Continuidade missionária: Celebração eucarística simbolizada por obediência e amor ao povo e a Igreja.

"Eis-me aqui. Eis-me em Carmo da Cachoeira, onde todas as montanhas são azuis."
(Daniel Menezes Fernandes, citando trecho do livro de Pe. Godinho, filho de Carmo da Cachoeira)

Em 22 de Fevereiro de 2013, Padre Daniel Menezes Fernandes assumiu a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, com provisão de seis anos como pároco, em plena festa da Cátedra de São Pedro, Apóstolo, oficialmente sob a presença de Vossa Excelência Reverendíssima Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, ofm.

A celebração eucarística, marcada por muita emoção, contou com a presença de alguns paroquianos cachoeirenses e tricordianos da Sagrada Família. Cada rosto reconhecido pelo pe. Daniel representava em seu sorriso, a eterna gratidão ao seu infinito amor sacerdotal por sua primeira paróquia.

A Liturgia da Palavra foi proclamada por carmelitanos cachoeirenses e assim cantava a salmista: "O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma." O Evangelho foi proclamado pelo próprio Pe. Daniel, segundo São Mateus (16, 13-19): "Tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".

Na homilia, Dom Diamantino elencou alguns pontos principais do Evangelho, relacionando-o ao momento celebrado. Primeiramente, afirmou que Jesus, mais do que um ser idealizado como forte e salvífico guerreiro, era e é o Messias, aquele que assume as dores da humanidade e carrega sobre si os nossos pecados para redimirmos a partir de sua Crucificação, Morte e Ressurreição. Logo, falou de nossa fé como um sentido fundamentado em Jesus Cristo, muito mais do que uma ideologia, doutrina ou código de ética. Assim, fez uma analogia entre a vida do Cristo, Bom Pastor e o exemplo que Pe. Daniel deve seguir, dando sua vida às suas ovelhas.

Padre Sérgio Roberto Monteiro, da Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Boa Esperança, leu a Provisão de pároco do Pe. Daniel, por seis anos:

"Recomendo ao caríssimo sacerdote que em tudo promova a glória de Deus e o bem da comunidade, atendendo as normas da Igreja e as diretrizes da vossa Diocese."
(Trecho da Provisão, datada em 25 de Janeiro de 2013, Campanha. Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, bispo da Diocese da Campanha; Padre Lucas Reis Pereira, Chanceler da Cúria)

As assinaturas perante este momento de provisão foram concedidas ao Padre Sérgio e Ir. Nazaré (Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris), além do próprio Padre Daniel. Em seguida, votos de obediência foram lidos pelo novo pároco carmelitano diante do bispo e de toda a assembléia.

Logo, após a Liturgia Eucarística e os Ritos da Comunhão, o povo de Deus recebeu a Eucaristia e cantou a singela canção: "Senhor és minha rocha e minha fortaleza, Tu és o meu refúgio e minha salvação. Pois quem é Deus senão o Senhor, a quem eu temerei? Eu te amo, Senhor, meu Deus". Logo, desejando as boas vindas ao novo cidadão cachoeirense, o vice prefeito, Carlos Henrique Galvão, proferiu algumas palavras, lembrando os nove anos que Padre André aqui esteve e por motivos de força maior, despediu-se de Carmo da Cachoeira, sobretudo, pe. Daniel que aqui acabava de chegar.

O Coral que integrava a missa, deixando sua homenagem ao Padre Daniel, por conta da distância que terá de sua antiga paróquia, cantou: "Não dá mais pra voltar, o barco está em alto mar. Não dá mais negar, o mar é Deus e o barco sou eu, o vento forte que me leva para frente, é o amor de Deus".

O filho de Guapé deixou suas últimas palavras dentro da celebração, embora sua voz houvesse um tanto quanto indagada, por conta da emoção:

"(...) Aqui, terei ainda a oportunidade de ver de perto a pequenina estação, cujo trem apitou no momento em que, segundo o grande escritor e narrador, Padre Godinho, ele nasceu. Já tive a oportunidade de contemplar em algumas comunidades rurais por onde passei por estes dias, a beleza de algumas serras que, avistadas de determinadas alturas, parecem azuis (...). Na primeira missa que aqui celebrei, no dia quatro do mês de Fevereiro, eu respondi um pouco acerca de quem eu era. Dizia eu, que sou um homem que ama a beleza, mas não a beleza por si mesma, mas a beleza marcada pela piedade que encontra na Liturgia, sua melhor expressão. (...) Vim para trabalhar pela verdade e na verdade. (...) Eu professo, como Dostoiévski, que um dia a beleza salvará o mundo. Queridos irmãos e irmãs, amemos a beleza e ela nos salvará. (...) Desculpem as lágrimas, mas sou uma manteiga derretida. (...)"

E assim, ainda cantou à Senhora do Carmo:

"Vivias sempre silenciosa, ó Maria. Guardavas tudo meditando com muito amor. Jesus que veio nos trazer a Boa Nova, geraste silenciosamente em teu coração. No Natal nos trouxestes, entre cantos, a alegria de Cristo, Verbo Eterno que veio a nós, Teu Jesus. Virgem silenciosa, tu me ensinas silenciar também para, no silêncio, Teu menino eu gerar também. Quero só contigo meditar tudo o que a vida me trouxer, para em meus atos proclamar Cristo Jesus."

André Lucas de Carvalho

Comentários

Arquivo

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Postagens mais visitadas deste blog

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt

Carmo da Cachoeira — uma mistura de raças

Mulatos, negros africanos e criolos em finais do século XVII e meados do século XVIII Os idos anos de 1995 e o posterior 2008 nos presenteou com duas obras, resultadas de pesquisas históricas de autoria de Tarcísio José Martins : Quilombo do Campo Grande , a história de Minas, roubada do povo Quilombo do Campo Grande, a história de Minas que se devolve ao povo Na duas obras, vimo-nos inseridos como “Quilombo do Gondu com 80 casas” , e somos informados de que “não consta do mapa do capitão Antônio Francisco França a indicação (roteiro) de que este quilombo de Carmo da Cachoeira tenha sido atacado em 1760 ”.  A localização do referido quilombo, ou seja, à latitude 21° 27’ Sul e longitude 45° 23’ 25” Oeste era um espaço periférico. Diz o prof. Wanderley Ferreira de Rezende : “Sabemos que as terras localizadas mais ou menos a noroeste do DESERTO DOURADO e onde se encontra situado o município de Carmo da Cachoeira eram conhecidas pelo nome de DESERTO DESNUDO ”. No entanto, antecipando

As três ilhoas de José Guimarães

Fazenda do Paraíso de Francisco Garcia de Figueiredo Francisco Garcia de Figueiredo é citado como um dos condôminos / herdeiros da tradicional família formada por Manuel Gonçalves Corrêa (o Burgão) e Maria Nunes. Linhagistas conspícuos, como Ary Florenzano, Mons. José Patrocínio Lefort, José Guimarães, Amélio Garcia de Miranda afirmam que as Famílias Figueiredo, Vilela, Andrade Reis, Junqueira existentes nesta região tem a sua ascendência mais remota neste casal, naturais da Freguesia de Nossa Senhora das Angústias, Vila de Horta, Ilha do Fayal, Arquipélago dos Açores, Bispado de Angra. Deixaram três filhos que, para o Brasil, por volta de 1723, imigraram. Eram as três célebres ILHOAS. Júlia Maria da Caridade era uma delas, nascida em 8.2.1707 e que foi casada com Diogo Garcia. Diogo Garcia deixou solene testamento assinado em 23.3.1762. Diz ele, entre tantas outras ordenações: E para darem empreendimento a tudo aqui declarado, torno a pedir a minha mulher Julia Maria da Caridade e mai

Distrito do Palmital em Carmo da Cachoeira-MG.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. O importante Guia do Município de Carmo da Cachoeira , periódico de informações e instrumento de consulta de todos os cidadãos cachoeirenses, publicou um grupo de fotos onde mostra os principais pontos turísticos, culturais da cidade. Próxima imagem: O Porto dos Mendes de Nepomuceno e sua Capela. Imagem anterior: Prédio da Câmara Municipal de Varginha em 1920.

O livro da família Reis, coragem e trabalho.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: 24º Anuário Eclesiástico - Diocese da Campanha Imagem anterior: A fuga dos colonizadores da Capitania de S. Paulo

Cemitério dos Escravos em Carmo da Cachoeira no Sul de Minas Gerais

Nosso passado quilombola Jorge Villela Não há como negar a origem quilombola do povoado do Gundú , nome primitivo do Sítio da Cachoeira dos Rates , atual município de Carmo da Cachoeira. O quilombo do Gundú aparece no mapa elaborado pelo Capitão Francisco França em 1760 , por ocasião da destruição do quilombo do Cascalho , na região de Paraguaçu . No mapa o povoado do Gundú está localizado nas proximidades do encontro do ribeirão do Carmo com o ribeirão do Salto , formadores do ribeirão Couro do Cervo , este também representado no mapa do Capitão França. Qual teria sido a origem do quilombo do Gundú? Quem teria sido seu chefe? Qual é o significado da expressão Gundú? Quando o quilombo teria sido destruído? Porque ele sobreviveu na forma de povoado com 80 casas? Para responder tais questões temos que recuar no tempo, reportando-nos a um documento mais antigo que o mapa do Capitão França. Trata-se de uma carta do Capitão Mor de Baependi, Thomé Rodrigues Nogueira do Ó , dirigida ao gove

A família Faria no Sul de Minas Gerais.

Trecho da obra de Otávio J. Alvarenga : - TERRA DOS COQUEIROS (Reminiscências) - A família Faria tem aqui raiz mais afastada na pessoa do capitão Bento de Faria Neves , o velho. Era natural da Freguesia de São Miguel, termo de Bastos, do Arcebispado de Braga (Portugal). Filho de Antônio de Faria e de Maria da Mota. Casou-se com Ana Maria de Oliveira que era natural de São João del-Rei, e filha de Antônio Rodrigues do Prado e de Francisca Cordeiro de Lima. Levou esse casal à pia batismal, em Lavras , os seguintes filhos: - Maria Theresa de Faria, casada com José Ferreira de Brito; - Francisco José de Faria, a 21-9-1765; - Ana Jacinta de Faria, casada com Francisco Afonso da Rosa; - João de Faria, a 24-8-1767; - Amaro de Faria, a 24-6-1771; - Bento de Faria de Neves Júnior, a 27-3-1769; - Thereza Maria, casada com Francisco Pereira da Silva; e - Brígida, a 8-4-1776 (ou Brizida de Faria) (ou Brizida Angélica) , casada com Simão Martins Ferreira. B ento de Faria Neves Júnior , casou-se

O distrito de São Pedro de Rates em Guaçuí-ES..

Localizado no Estado do Espírito Santo . A sede do distrito é Guaçuí e sua história diz: “ ... procedentes de Minas Gerais, os desbravadores da região comandados pelo capitão-mor Manoel José Esteves Lima, ultrapassaram os contrafortes da serra do Caparão , de norte para sul e promoveram a instalação de uma povoação, às margens do rio do Veado, início do século XIX ”.

A origem do sobrenome da família Rattes

Fico inclinado a considerar duas possibilidades para a origem do sobrenome Rates ou Rattes : se toponímica, deriva da freguesia portuguesa de Rates, no concelho de Póvoa de Varzim; se antropomórfica, advém da palavra ratto (ou ratti , no plural), que em italiano e significa “rato”, designando agilidade e rapidez em heráldica. Parecendo certo que as referências mais remotas que se tem no Brasil apontam a Pedro de Rates Henequim e Manoel Antonio Rates . Na Europa antiga, de um modo geral, não existia o sobrenome (patronímico ou nome de família). Muitas pessoas eram conhecidas pelo seu nome associado à sua origem geográfica, seja o nome de sua cidade ou do seu feudo: Pedro de Rates, Juan de Toledo; Louis de Borgonha; John York, entre outros. No Brasil, imigrantes adotaram como patronímico o nome da região de origem. Por conta disso, concentrarei as pesquisas em Portugal, direção que me parece mais coerente com a história. Carmo da Cachoeira não é a única localidade cujo nome está vincul

A Família Campos no Sul de Minas Gerais.

P edro Romeiro de Campos é o ancestral da família Campos do Sul de Minas , especialmente de Três Pontas . Não consegui estabelecer ligação com os Campos de Pitangui , descendentes de Joaquina do Pompéu . P edro Romeiro de Campos foi Sesmeiro nas Cabeceiras do Córrego Quebra - Canoas ¹ . Residia em Barra Longa e casou-se com Luiza de Souza Castro ² que era bisneta de Salvador Fernandes Furtado de Mendonça . Filhos do casal: - Ana Pulqueria da Siqueira casado com José Dias de Souza; - Cônego Francisco da Silva Campos , ordenado em São Paulo , a 18.12. 1778 , foi um catequizador dos índios da Zona da Mata ; - Pe. José da Silva Campos, batatizado em Barra Longa a 04.09. 1759 ; - João Romeiro Furtado de Mendonça; - Joaquim da Silva Campos , Cirurgião-Mor casado com Rosa Maria de Jesus, filha de Francisco Gonçalves Landim e Paula dos Anjos Filhos, segundo informações de familiares: - Ana Rosa Silveria de Jesus e Campos , primeira esposa de Antônio José Rabelo Silva Pereira , este nascido