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Aparições de Nossa Senhora em Carmo da Cachoeira.

A PADROEIRA

Senhora do Carmo

Informativo da Paróquia Nossa Senhora do Carmo  Edição Extraordinária  FEVEREIRO de  2012

 Carmo da Cachoeira/MG - Diocese da Campanha


NOTA DE ESCLARECIMENTO AOS PAROQUIANOS
Pe. André da Cruz



Ultimamente, o fenômeno de supostas “aparições” de Nossa Senhora têm se multiplicado no, Brasil e em outros países, deixando muita gente confusa, tanto na vivência da Fé cristã, como no discernimento da veracidade dos fatos.

Como pastor dos católicos cachoeirenses ou demais participantes da Paróquia Nossa Senhora do Carmo não posso me furtar a trazer algumas reflexões e esclarecimentos de forma refletida, prudente e baseada nos subsídios doutrinais da Igreja Católica e à luz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Dessa forma, transmito aos prezados paroquianos algumas orientações feitas pela Conferência Nacional dos Bispos no Brasil, que em seu documento “Aparições e Revelações Particulares”, afirma:

Nos últimos anos, o número de “aparições” e “revelações” particulares, principalmente de Nossa Senhora, tem aumentado

significativamente. A própria repercussão destes fenômenos junto aos meios de comunicação social indica que também tem crescido a expectativa desses fenômenos, no meio do povo.

Tudo isso coloca à Igreja e, mais especificamente, ao seu ministério hierárquico, algumas questões de ordem doutrinal e

pastoral. É dever do magistério (dos pastores) oferecer aos fiéis uma palavra autorizada sobre esses fatos, em geral, e sobre eventuais “aparições” e “revelações”, em particular.



São muitas as indagações que essas “aparições” suscitam, como por exemplo: Que relação têm as aparições com a revelação evangélica e com a experiência da fé cristã no seguimento de Cristo? Qual o alcance e o limite do magistério da Igreja sobre esse assunto? Quais são os critérios gerais de discernimento da autenticidade do fenômeno? Que orientações pastorais devem ser dadas aos fiéis?”

Como se vê, são questões sérias e importantes e que perpassam a trajetória da Igreja Católica nos seus dois mil anos de caminhada. Não pretendemos dar uma resposta detalhada a cada uma delas, mas oferecer um referencial para o discernimento dos cristãos, baseado nos dados da doutrina mais segura da Igreja.



1.  Quais os pressupostos de nossa visão de fé, que julgamos básicos para uma leitura do fenômeno das “aparições”, do ponto de vista cristão?



O fenômeno das “aparições”, tanto no passado como nos tempos de hoje é bastante complexo. Nesse sentido, a Igreja nos adverte que para buscar uma judiciosa interpretação devemos evitar posturas extremistas como as seguintes:

1. A ingenuidade que consiste em aceitar, como normal, tudo o que de “aparições” e “revelações” acontece por aí. Agir dessa maneira é dispensar a perspectiva crítica, as possíveis explicações produzidas, com rigor, pela Ciência e submeter-se precipitadamente a manipulações arquitetadas para ludibriar a boa fé de nosso povo.

2. O cetiscismo extremado que, por convicções materialistas, nega “a priori” qualquer base real para fenômenos espirituais que ultrapassam os limites da ciência. Tudo seria “alucinação” ou “projeção” de temores ou desejos. A verdade é unicamente aquela evidenciada pelo conhecimento humano.

Assim, no caso das aparições de Nossa Senhora,por exemplo, o pêndulo costuma variar desde uma visão simplória, que tende a tudo aceitar, sem passar pelo crivo de critérios de discernimento humano e de fé, a uma visão cientificista, onde o critério da razão crítica fica sendo o único, definitivo e verdadeiro.



Qual o caminho da Igreja?





Na sua visão de Fé cristã e de compreensão do mundo, criação de Deus, a Igreja Católica considera de fundamental importância enunciar alguns pressupostos necessários para melhor situar o fenômeno das aparições. São resumidamente os seguintes:

1. A visão cristã de Deus Criador e Salvador. O Deus dos Patriarcas, dos Profetas e de Jesus Cristo não é alheio nem distante do mundo. Ele se revela “por acontecimentos e palavras” e intervém na criação e na história humana, soberana e livremente. Nessa perspectiva fundamenta- se a possibilidade do milagre, de aparições e de revelações de Deus ou de seus enviados.

2. Uma correta teologia das mediações. A relação entre Deus e homem, no mundo, deve ser compreendida dentro de uma sadia teologia das mediações. Jesus Cristo, plenitude da Revelação, é o único mediador. As muitas mediações adquirem sentido a partir dele e nele. Revelações e aparições particulares nada acrescentam à revelação pessoal e insuperável do Pai, em Cristo, pelo poder do Espírito.

3. A Comunhão dos Santos. Significa aquele profundo intercâmbio de bens de salvação espiritual entre os que foram santificados pela graça de Cristo. Só na fé percebida, esse mundo misterioso, mas real, nos diz que não se pode pensar o mundo de Deus apenas nos limites do que nós controlamos. Esse intercâmbio implica, normalmente, a vida da graça, as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, e os dons e carismas do Espírito. Nesse intercâmbio não estão excluídos os dons extraordinários de natureza sobrenatural.

4. Igreja: comunhão de ministérios e carismas. Uma correta teologia da Igreja diz-nos que ela não é apenas uma instituição hierárquica, mas também acontecimento carismático profético, pelo dom precioso do Espírito de Jesus Cristo. A renovação da doutrina sobre os dons e carismas abre um novo espaço para uma avaliação sadia desses fenômenos, na Igreja (cf. LG, n. 2)

5. Dons extraordinários. Por fim, quanto aos dons e carismas ditos extraordinários deve-se afirmar, de antemão, o seguinte: dons extraordinários não se pressupõem nem se presumem. Seria, aliás, um contrassinal. Eles devem ser diligentemente discernidos e comprovados.

O aumento de reais ou pretensas aparições, visões e revelações entre os católicos, é uma oportunidade para aprofundar o fenômeno, sem exageros, quer por oposição sistemática quer por credulidade excessiva, que, às vezes, põe em ridículo a fé.

Não sem razão a “Gaudium et Spes” adverte que, na gênese do ateísmo de hoje, “grande parte podem ter os crentes, por quanto, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição falaz da doutrina, ou pelas faltas na sua vida religiosa, moral social, poder-se-ia dizer que mais escondem do que manifestam o rosto genuíno de Deus e da religião” (cf. GS, n. 19).



2.  Critérios de discernimento



Considerando esses pressupostos, uma postura cristã diante das supostas aparições de Nossa Senhora, na circunscrição de nossa paróquia de Carmo da Cachoeira, nos coloca diante da necessidade de um discernimento. Isso exige critérios fundamentados na prudência e na Tradição da Igreja sobre a questão e, sobretudo, na palavra da Revelação Divina e do Magistério da Igreja. Aqui, entra a abertura de mente e de coração à vontade de Deus, bem como a capacidade de escuta, tanto dos fiéis quanto do pastor paroquial. Todos nós devemos submeter pautar nossa conduta ao juízo dessa Palavra libertadora que nos vem de Deus, em Jesus Cristo, pela força do Espírito. Vejamos resumidamente alguns desses critérios:



2.1. A prudência

Na avaliação da autenticidade e da repercussão de aparições e revelações particulares, a norma mais fundamental é da prudência. Nunca devemos começar pelo veredicto da falsidade. A decisão deve ser fruto do processo do discernimento. Já Gamaliel advertia o Sinédrio a respeito de alguns fatos, fora da normalidade, da religião bíblica tradicional, provocados pelos seguidores de Jesus: “Não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou sua obra provêm dos homens, por si mesma se destruirá; mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus” (At 5, 38s).



Assim, algumas normas de prudência devem ser consideradas:



a) Aparições e revelações não se presumem. Uma vez acontecidas, devem ser devidamente comprovadas Não se deve recorrer facilmente a explicações sobrenaturais, quando há explicações por causas naturais ou paranormais;

c) Em casos concretos, é sempre possível o engano ou a armação urdida deliberadamente. Os seres humanos não são perfeitos e infalíveis.

Somos pessoas frágeis e vulneráveis. Podemos sofrer alucinações, ilusões, obsessão, sugestões coletivas...



Nesse juízo, além de se examinar a autenticidade do fato e o seu conteúdo, deve-se prestar atenção ao processo de transmissão da mensagem. Entre a recepção da mensagem e sua transmissão há, normalmente, uma defasagem entre a linguagem interior, própria das aparições, e sua expressão exterior. Além disso, a distância do tempo torna difícil refazer o conteúdo original da mensagem na sua inteireza. Há muitas revelações e profecias de pessoas piedosas, mesmo de santos canonizados, não confirmadas pelo tempo.



As mensagens também sofrem a distorção que lhes advém de sua difusão no meio do povo. Esse não é um fenômeno de hoje. Já se dizia antigamente: “quem conta um conto, aumenta um ponto”. Hoje, mais do que nunca, os meios de comunicação de massa, na busca de sensacionalismos, podem distorcer os significados de fenômenos tipicamente religiosos. E não é de estranhar, eles trabalham com outros critérios que não os da fé.



2.2. Os critérios propostos pelo Papa Bento XIV



Além desses critérios de avaliação, o Papa Bento XIV apontou outros critérios prudenciais bem precisos. Entre outros, vamos lembrar os dois seguintes:

a) O  critério da finalidade da aparição. O que vem realmente de Deus orienta-se para o aprofundamento da vida de fé a vivência do Evangelho, na busca incessante de íntima comunhão com Deus. Toda revelação ou aparição, que vem de Deus, é sempre acompanhada por um recolhimento interior, uma vivência amorosa do Evangelho, uma vida profundamente Cristã.

b) O critério decisivo do milagre. Quando comprovado pelo juízo da Igreja, esse critério assegura a autenticidade da manifestação divina nas aparições e revelações particulares. É claro que, neste caso, o milagre deve ser ligado ao fato da aparição. Quando não se consegue eliminar as dúvidas a respeito da sobrenaturalidade do fato, deve-se continuar a investigação.



  1. Conclusões

1. Esses esclarecimentos que transmitimos aos paroquianos, não objetivam desmistificar, nem ser a palavra final sobre o fenômeno da aparição quê vem sendo intensamente anunciado em nossa comunidade. No essencial, quer ser um convite de profunda reflexão e de oração reverente, piedosa e de louvar ao Nosso Deus Criador para que ilumine e fortaleça a todos nós na vivência da Fé Cristã que assumimos pelos sacramentos da Igreja.

 

2. Não devemos ter receio de submeter a uma crítica severa os fatos que nos ocorrem, incluindo aqueles oriundos da revelação maravilhosa do divino.  A atitude oficial da Igreja sempre foi extremamente exigente e crítica, nestas coisas. As possíveis causas de engano provam a necessidade de sermos prudentes, cautelosos e reservados. Um verdadeiro milagre e uma autêntica aparição nada têm a temer. Nem precisa de estardalhaços e mobilizações suspeitas.

Os grandes místicos da Igreja como São Francisco, São João da Cruz, Santa Teresa de Ávila e muitos outros sempre se pautaram pela humildade.



Assim, um fenômeno religioso e, no caso, cristão, tão vasto e tão enraizado na vida e na cultura do povo, como o de aparições de Nossa Senhora, deve merecer nossa atenção, pelo seu sentido eclesial e pastoral.

a) A seu modo, as aparições manifestam a presença de Deus na caminhada da Igreja, e chamam a atenção para um ou outro ponto do Evangelho, que deve ser mais intensamente vivido no momento. Esses dons extraordinários são dados aos fiéis “não para propor doutrinas novas, mas sim para guiar a nossa conduta”. Na Igreja, o Espírito Santo atua, no horizonte da Comunhão dos Santos, no coração dos fiéis, desde sua fé, suscita dons e carismas que, no plano concreto, não estão à margem da vida eclesial.

b) No mundo e no Brasil, há centenas de fenômenos de aparições, Alguns de grande repercussão e outros que mobilizaram numerosos devotos. Muitos deles foram considerados patológicos ou falseados. Um ponto comum entre aqueles que receberam aprovação da Igreja sobressai o fato de estarem ligados à fé e a doutrina eclesial. Assim, vê-se com obvia reserva aqueles que nascem seitas, organizações e entidades marginais à estrutura da Igreja, ainda que se apropriando de seus símbolos, de seus ritos, de seus dogmas e até de sua tradições e  indumentárias.

c) Devemos ter o máximo empenho pastoral para aplicar, à devoção mariana, aqueles critérios essenciais ligadas à sua dimensão trinitária e cristológica. Em Maria “tudo é relativo a Cristo e dele dependente”. Deve realçar igualmente “a pessoa e obra do Espírito Santo”. A piedade mariana deve manifestar, de modo claro, o lugar que ela ocupa na Igreja “depois de Cristo, o mais alto e o mais perto de nós”

e) Ressalvado o principal, devemos dar tratamento pastoral necessário que ajude a superar a demasiada credulidade dos cristãos, para que ela não venha a ser um fator de descrédito da própria mensagem cristã.

f) Nessa tarefa, convidamos os fiéis para: primeiramente não se afastarem de Cristo; segundo, não abafar o Espírito, que sopra onde quer. Para isso, o magistério da Igreja, não pode deixar de esclarecer e buscar aquele necessário discernimento dos dons e carismas, distribuídos pelo Espírito Santo no meio do povo de Deus.

g) Para finalizar, não é fora de propósito lembrar que estamos num tempo de grandes transformações, crises e de perda dos valores humanos fundamentais, como os do amor, da ética, da justiça e da verdade. Momento fértil para o surgimento de messianismos e movimentos milenaristas. Devemos estar atentos para não incentivar tais impulsos imprevisíveis, que se aninham no inconsciente coletivo e encontram uma oportunidade para emergir.

A fé cristã deve encarnar-se no dia-a-dia da vida. Ela não precisa, nem deve esperar fatos espetaculares. Ela não se fundamenta nem nesses fatos extraordinários, nem na intrínseca verdade das coisas conhecidas pela luz da razão, mas na autoridade do mesmo Deus que se revela. Essa revelação chegou-nos em plenitude, em Jesus Cristo, seu enviado. Ela nos basta.





Referência




Conferência Nacional dos Bispos no Brasil.
Aparições e Revelações Particulares.
Brasília, Edições CNBB, 1ª Edição, 2009
ISBN – 988-85-60263-78-3  CBU -248.215
DISPONÍVEL EM:
http://www.cnbb.org.br/site/images/arquivos/files_4a97dccd8847e.pdf

Comentários

maria roseli rosa disse…
quero minha familia unida e que meu marido tire para sempre da cabeca o sentimento de vinganca quero que minha neta me ame de verdade pois presiso do amor dela pra ser feliz que eu seje perdoada de meus pecados pois niquem e perfeito quero ver minhas filhas bem pois amo elas que nossa senhora do carmo me abencoe a mim e toda minha familia obrigada nossa senhora
Guilherme disse…
Eu não acredito nestas manifestações de Nossa Senhora em um lugar onde se pratica o EXOTERISMO, REENCARNAÇÃO, ESPIRITISMO E OVINIS....
Para mim, Esse tal de Trigueirinho é uma charlatão, um embusteitro....e que DEUS me perdoe se eu estiver enganado!!!!
Fui vidente da virgem, fenômenos aconteceram na minha casa relativos a virgem Maria da qual sempre fui devoto antes de começarem as aparições em Carmo da cachoeira, participei da comunidade criada pelo Trigueirinho, hoje falecido, desde 1987. A virgem pelos símbolos visíveis e comprovados por diversas testemunhos avisou-me para onde iria, caso não tivesse vivendo na época coisas egoístas e mundanas, seria eu o vidente lá. Perdi meu contato com ela, contudo em janeiro de 2020, ocorreu uma fortíssima explosão no meu quarto, minha esposa viu uma bola de fogo no teto, ela é cética por ser evangélica, eu mesmo não vi o clarão e o fogo, só ela. Naquela noite sentei-me no sofá da sala e fiquei refletindo sobre o ocorrido, ao olhar o meu braço esquerdo havia impresso nele 8 círculos perfeitos, quatro em cima e quatro em baixo. peguei meu celular e tirei foto. Até o presento momento não sei o seu significado. A Virgem Maria não é símbolo ou exclusividade da Igreja católica, é até ridículo pensar sobre isso, ela é uma entidade cósmica.

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