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Francisco Ademar Reis resgata o passado

Uma história com base documental

Todo mundo desenrola

O fio das questões pessoais

E assim se tece a teia

Trança as relações grupais

Falo e não peço segredo:

— Vich, o trem é bom demais!

O decreto de nº 617 que dá denominação a algumas ruas de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais e foi sancionada pelo então prefeito, Francisco Ademar Reis, em 26 de novembro de 1973. Uma das ruas contempladas no artigo 1º do referido decreto foi a “rua Eugenio de Souza

A fim de melhor nos inteirar do assunto buscamos o atual prefeito, Hélcio Antônio Chagas Reis, filho de Francisco Ademar Reis, para saber sobre o decreto que sancionou a referida lei. Sentimo-nos gratificados com a visita. Fomos recebidos em seu gabinete de trabalho na Prefeitura Municipal. Tínhamos às mãos o livro 500 Anos Trajetória de uma Família, de autoria de Antonio Galvão Sampaio Terra. Do exemplar consta dedicatória do autor ao Projeto Partilha - antiga denominação do que hoje é o site carmodacachoeira.net.

Relatamos, em breves palavras, o quanto a referida obra tem auxiliado a todos aqueles que se empenham na real história deste querido rincão, no entanto, buscamos novos dados sobre os integrantes da família que, aqui fizeram sua história de vida pessoal e social, como é o caso de Eugênio de Souza. O senhor prefeito esclareceu-nos que “os Souzas” de Cachoeira (Família Souza) procedem de várias raízes e citou Pedro Juvêncio de Souza que pertence a ramos distintos daquele a que hoje estamos buscando.

Pessoalmente, o prefeito Hélcio revirou os arquivos e nos entregou cópia do referido decreto. Nossa eterna e profunda gratidão pelo empenho e dedicação na preservação de nossas verdadeiras origens.

Temos buscado insistentemente informações que nos apoie na complementação de dados já publicados. O 1º livro que tivemos acesso do ponto de vista religioso foi o Livro de Óbitos 1858 - 1924 de Carmo da Cachoeira, que traz as rubricas de Pe. Joaquim Antonio de Rezende. Interessante de se notar, como dado histórico, a seguinte citação, às fls. 20 do referido livro:

Aos 21 de fevereiro de 1865 sepultou-se dentro da Capela do Cemitério desta Matriz (Nossa Senhora do Carmo) a Dona Mariana Vilela viúva, com idade de 93 anos, pouco mais ou menos, encomendada solenemente pelo vigário João Evangelista de Menezes com os seguintes acólitos - Reverendo João Tomás, Cônego Urbano dos Reis Silva Resende, Vigário José Paulino da Silva, Vigário Agostinho e eu Joaquim Antonio de Resende.

Padre Joaquim hoje é perpetuado pelos cachoeirenses com a denominação de uma das ruas da cidade - Rua Pe. Joaquim.

Rua Padre Joaquim, Carmo da Cachoeira, MG


Tempos de outrora marcados pela presença de uma sociedade existente na capitania de Minas Gerais nos primórdios do século XIX do Brasil-Colônia. Livros e documentos por nós consultados apontam para um momento da nossa história marcada por uma forma específica no exercício da justiça, sendo que a distância existente entre os poderes constituídos e os moradores do sertão, inviabilizavam a busca desses poderes. Uma realidade histórica vivida pelos primeiros habitantes deste “Deserto Desnudo”, a exemplo de Manoel Antonio Rates e Maria da Costa Moraes difícil de se compreender. Quantos pacificadores anônimos passaram por este imenso sertão… quantas dívidas temos com nossos ancestrais…

Citando Marcos Paulo de Souza Miranda dizemos:

Ainda há muito que se descobrir sobre Minas este Estado singular, mas de múltiplas e verdadeiras histórias.

Quanto aos “Ferreira Avelino” em livros de Carmo da Cachoeira encontramos, no de óbito de 3.12.1858 a 3.11.1919, o registro de Edeltrudes 22 dias em 15.7.1861, filha de Manoel Ferreira Avelino e dona Maria Teodora Ferreira.




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