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Mostrando postagens com o rótulo Profª Antonietta

Um poema à Imaculada Conceição Aparecida

Por esse dogma que tanto te enaltece, Por tua Santa e Imaculada Conceição, Nós te louvamos, ó Maria, nesta prece, Mulher bendita, as nações te chamarão! Salve, Rainha, ó Mãe da Misericórdia! Nossa esperança, nosso alento e vigor, A nossa Pátria, vem, liberta da discórdia, Da ignomínia, da injustiça e desamor! Tu família, aqui, hoje reunida, Encontra forças no seu lento caminhar. A ti recorre, Virgem Santa Aparecida, Nosso caminho vem, ó Mãe, iluminar! Somente tu foste escolhida e preparada Por Deus, o Pai, que com carinho te ornou, Para fazer do Filho Seu, digna morada! Pelo teu sim, a humanidade se salvou. Novo Milênio, com Maria festejamos, Agradecendo tantas graças ao Senhor. Com passos firmes, nova etapa iniciamos, Com muita fé, muita esperança e muito amor. Trecho da obra: Encontros e Desencontros de Maria Antonietta de Rezende Solenidade em honra à Imaculada Conceição 8 de dezembro Missa Festiva na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo em Carmo da Cachoeira - 19hs Mar...

Quero ver a luz.

Aprisionado no meu mundo tenebroso, Desconheço a realidade exterior. Da vida, só conheço a escuridão, Mas, percebo que algo muito grandioso Está acontecendo ao meu redor. -Quem é este que passa E provoca este barulho, este tumulto, Por entre a multidão? - Um profeta de poder extraordinário, Missionário de saber e muita ação! - Mas, digam logo, quem é? - É o Filho de Davi, É Jesus de Nazaré! - Jesus, Filho de Davi, Tem piedade de mim! - Que queres tu que te faça? - Que enxergar, meu Senhor! - Basta-te a tua fé! - Basta-te a minha graça! - Eu te dou graças, Senhor, Por tudo que posso ver: Posso ver as maravilhas Que existem ao meu redor! Posso ver o pôr-do-sol, Os passarinhos, a flor, Posso ver o arrebol, Tudo é obra do Senhor! Mas, também, que não falte A luz dos olhos da alma, Que é luz interior. Que o teu Espírito divino Acenda em mim essa luz. Que ele faça o meu destino Ser um dia ver Jesus! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Part...

O vaso partido, um poema de Sully Prudhomme.

O vaso azul destas verbenas, Partiu-o um leque que o tocou: Golpe sutil, roçou-o apenas, Pois nem um ruído o revelou. Mas a ferida persistente, Mordendo-o sempre e sem sinal, Fez, firme e imperceptivelmente , A volta toda do cristal . A água fugiu calada e fria, A seiva toda se esgotou; Ninguém de nada desconfia. Não toquem, não, que se quebrou . Assim, a mão de alguém, roçando Num coração , enche-o de dor; E ele se vai, calmo , quebrando, E morre a flor do seu amor ; Embora intacto ao olhar do mundo; Sente , na sua solidão, Crescer seu mal fino e profundo. Já se quebrou: não toquem , não. Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Tradução deste texto: Guilherme de Almeida Projeto Partilha - Leonor Rizzi

No poço de sicar.

Quem é este forasteiro, De arrojada postura, Que ignora preconceitos De raça e de cultura? Quem é este que me espera, Para oferecer-me cura, Que conhece minha vida, Meu passado de loucura? Que me dirige a palavra, Sendo eu uma mulher E sendo ele um judeu, E eu, uma samaritana, E me oferece da água Que de sua fonte mana? - Ó Senhor, dá-me de beber Desta água viva que jorra, Sem jamais interromper, Rumo à eternidade! Senhor, sacia-me a sede De amor e felicidade! Vejo que és um profeta, Ensina-me, pois, a meta! Onde devemos adorar? Meus pais me disseram que é aqui, Mas desejo confirmar. - A salvação que esperas, E que esperam os filhos teus, Em verdade, eu te digo Que esta vem dos judeus. Mas, se queres adorar, Em espírito e verdade, Não importa o lugar, Aqui, ou onde estiveres, O Pai tu adorarás. -Sei que o Messias virá, Sei que virá o Ungido, E nos há de revelar O que não temos entendido. - Estou diante de ti, E tu conversas comigo. Sou Eu, este de que falas, Sou Eu quem fala con...

Tu e eu.

Tu e eu, eu e tu, Que coisa estranha! Tu tens medo do mar, Eu, da montanha! Tu e eu, eu e tu, Que controvérsia! Tu, tão ativo, Eu, nesta inércia! Tu eu, eu e tu, Mas que contraste! Tu, flor de púrpura, Eu, pobre haste! Tu e eu, eu e tu, Quanta ironia! Cantas Exultete! Eu, alegria! Tu e eu, eu e tu, Que desventura! Tu és aurora, Eu, noite escura! Tu e eu, eu e tu, Tu és meu, eu sou tua. Tu és o sol, Eu sou a lua! Tu e eu, eu e tu, Somos extremos! Do mesmo mal padecemos. Da mesma taça bebemos! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Jesus, é o caminho, a bússola, e o norte.

- Sou uma pobre viúva E não tenho mais ninguém! Meu único bem - este meu filho - Agora, morto também! Agora, nesta amargura, O meu caminho eu trilho, E, na minha desventura, Nenhum consolo me vem! Mas, que é este que passa E, ao meu encontro vem, Enxugando-me as lágrimas, Devolvendo, com sua graça, Meu filho à vida também? Que assombro! Que poder! Que grande profeta é este, A quem a morte obedece E foge, desaparece, Pra não mais aparecer? - Jesus é o grande profeta, Que tem poder sobre a morte. Fala com autoridade, Mas respeita a liberdade. Ele é a verdade e a vida, Ele é o caminho, é a bússola Que indica sempre o norte, Ele é a presença mais forte! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Madalena, um poema de beleza e fé.

Andando pelas cidades, A Boa Nova anunciando, Cruzou Jesus, certo dia, Com uma bela mulher. Seu nome era Maria, E seu jeito traduzia Sua vida sem valia, E, conhecê-Lo, ela quer. Seus olhares se cruzaram, E, quando isso acontece, Um novo dia amanhece Em sua alma mundana. Aquele olhar divino A sua alma atravessa, Lendo toda a sua história, De pecado e desatino, A sua vida interpreta. E Ele lhe diz: Maria! E ela Lhe diz: Raboni! -Por que teus dias consomes, Com coisas tão sem valor? Deixa esta vida vazia, Recomeça um novo dia, Conhecendo o meu amor! Tudo isso lhe dizia Aquele olhar divino, Aquele olhar cristalino, De pureza singular, Que vem mudar seu destino, Acabar com o desatino E fazê-la caminhar. Então, Maria encontrou Aquilo que procurava: Um sentido para a vida Era tudo o que buscava. E, então ela caminhou, Com uma alegria rara. E não mais se afastou Daquele que a salvara. Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

O grande profeta

Quem é este que aceita Lágrimas de arrependimento, E, até beijos não rejeita Aos pés, por acolhimento, E que cura as feridas Do pecado e do tormento? É um profeta diferente, É um profeta que caminha, Passa pela multidão, Vai ao encontro do outro, E vai ao encontro do irmão! Distribui graças, favores, Distribui amor e perdão, Anunciando o Reino, Quebra todos os grilhões, Arrebatando as almas, Cativa os corações. Jesus! És nossa alegria, És nossa libertação, És sol do nosso dia, O Deus da consolação! Tão divino, tão humano, Por isso é nosso irmão! És o Filho de Maria, És ainda nosso Pão. Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

A Razão da Rima

Se eu dissesse, verbi gratia , assim: Era uma vez, um mestre de Latim, Que lecionava, apenas para mim, Que parecia mais um querubim, Com seu perfume doce de jasmim, Você iria acreditar em mim? Era uma vez, um grande Mandarim, Que percorria as ruas de Pequim, E apaixonou-se por uma gueixa chim, E uma guerra começou enfim. Agora conto, tintim por tintim, A razão de tanta rima ruim: É que sou um poeta chinfrim E que não passo de um arlequim. Que vivo sempre presa nesse Spleen . E vou mandar um ramo de alecrim, A esse amor que já chegou ao fim. Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Com amor, para a fazenda da Estiva

A fazenda da Estiva¹ é uma fazenda muito especial para mim. Lá mora meu afilhado Alessandro, sua mulher, a Vera, o filho do casal, a Bruna. Todos vivem na casa que foi do Cici ( Família Dias de Oliveira ) casado com dona Alice ( Família Naves ) , gente que mora em meu coração. Foi nesta casa que muitas noites pernoitei. Sobre esta fazenda, escreve Maria Antonietta de Rezende: Estiva Nas janelas, as guirlandas De cravos, jacintos, amores-perfeitos Enfeitam, perfumam o ar, E lembram sonhos desfeitos. Já tantos anos passados, Como é doce recordar! Da velha fazenda, os arcanos Quero agora evocar. Na varanda, minha tia Tecia. Que interessante o tear! A naveta, com maestria, Desliza daqui, prá lá. A cadência bem marcada, A nós, crianças, sugeria Alguma dança fantástica Com címbalos e atabaque, Que nos dizer parecia: - D. Zirica, baque-que-baque ... No salão, meu padrinho, Que era exímio alfaiate, Cortando o brim, a lã, o linho: - Raque-que-raque, raque-que-raque ... E lá embaixo, o...

Trovas, o caminho para o paraíso

Pedi-te um beijo, disseste: Dar-te não posso, nem vendo, Mas te proponho uma troca, Que ninguém fica devendo. Se achas justa a proposta E, se concordas com ela, Vem cá buscar a resposta, É meu meu coração que apela. Pobre de quem neste mundo Cai nas malhas do amor! Vai ter desgosto profundo, E sem cura, sua dor. Não há mal que nunca acabe, Nem bem que pra sempre dure, Vive o momento presente E que a ferida o tempo cure. Se queres felicidade, Vida longa e sucesso, Faze o bem, foge à maldade Que terás, do céu, o ingresso. Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Zaqueu, um filho de Abraão acolhido por Jesus

Zaqueu Entrando em Jericó, Atravessando a cidade, Lá vai o grande profeta, Vai cumprindo a sua meta, Com grande sagacidade. Pressentiu que havia, ali, Um homem bem pequenino, Que tinha muita vontade De conhecer o Rabino, Que entrava na cidade. Quis então satisfazer A sua curiosidade. Faz parte do seu programa Buscar o que estava perdido. E, ao vê-lo, o Profeta o chama, Não importa o que tenha sido. - Mas, que é este que passa E para diante de mim, Pronunciando meu nome, Quer jantar comigo, enfim, Trazendo-me a salvação, Com um pecador Ele come?! As secretas intenções Não passam despercebidas, E o que vai nos corações É o que importa na vida; Não importa o que tenha sido A sua vida passada, "Eu vim buscar e salvar As ovelhinhas perdidas". -Vou dividir os meus bens, Vou dar, aos pobres, metade, E, se alguém eu defraudei, Com grande veleidade, Com certeza, restituirei Quatro vezes, em verdade. - És um filho de Abraão, Que hoje, o céu se compraza, Porque hoje a salvação...

Antigamente era tudo diferente:

As crianças Tinham infância, Eram inocentes, Brincavam de roda, De boneca, E de casinha. E os adolescentes , Dificilmente, Tinham filhos, De afogadilho. Preservativos ?! Só no arquivo Muito secreto De algum casal Muito discreto, Ou na cama da mulher-dama! Antigamente Havia amor, Havia flor De laranjeira, Havia calma, Havia alma. Hoje , há sexo Muito sem nexo. Hoje, há pressa De experimentar, De gostar E desgostar, De amar E desamar, De casar E descasar! Antigamente, Era bem diferente! Mas isso foi Antigamente! Seja diferente! Não tenha pressa, Seja prudente! Quem tem pressa Atravessa, "Come cru, E como quente!" Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

A tua culpa hás de levar contigo!

Tântalo , rei da Líbia, certo dia, A visita dos deuses recebeu E provar sua divindade ele queria, Em repasto, o próprio filho ofereceu. E esse seu gesto insano, imponderado, A cólera de Júpiter mereceu. No Tártaro, ele foi precipitado, Pela sede e pela fome devorado, Eis o suplício a que fora condenado. Tu mereces, ó Tântalo, esse suplício! A tua culpa hás de levar contigo! Expia a culpa, e aceita o teu castigo! Mas eu, pobre mortal, só tive um sonho, Nada quero provar e a nada me proponho, Provar não quero minha divindade, Pois, sou apenas mísera criatura, Que sonhou um dia com a felicidade, Quando provou, dos olhos teus, essa doçura. Meu crime, minha doce desventura É esse amor sem esperança, essa amarga delícia. É querer e não receber tua carícia. É encontrar-me sedenta, em meio ao rio, É um raio de sol sentindo frio, Um pomar repleto de dourados frutos, Que, ao tentar colhê-los, fogem-me abruptos. Hei de levar comigo esse suplício! Expio minha culpa, aceito o sacrifício! Trec...

No meio da minha praça, existe uma bela igreja

No meio da minha cidade, Existe uma bela praça, Que me traz sempre à lembrança O meu tempo de criança. Mas a praça, hoje, é outra! Está muito diferente! E muito mais atraente! Oh! Praça cheia de graça! Oh! Praça cheia de vida! Oh! Praça cheia de árvores! Oh! Praça cheia de sol! Oh! Praça cheia de flores! Oh! Praça cheia de amores! No meio da minha praça, Existe uma bela igreja Que, aos domingos, nos acolhe Para a ceia benfazeja. Que igreja cheia de encanto! Que igreja cheia de santo! Que igreja cheia de anjos! Que igreja cheia de luz! Que igreja cheia de flores! Que igreja cheia de amor! Que igreja que nos seduz! Na torre da minha igreja, Mora um mocho incoerente, Que dorme durante o dia E, durante a noite, chia. Oh! Que mocho renitente! Oh! Que mocho impertinente Que assusta toda a gente! Quando, à noite , ele chia, Até o cabelo arrepia! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

O beija-flor e a rosa

- Teu perfume , senti, à distância, Embriagador! Não resisti à fragrância, Ó minha flor! Teu perfume era um convite Tão sedutor, Que, mais que a força permite, Vim voando, meu amor! - Meu coração bate forte, Ó meu amor, Ante teu garbo e teu porte, Meu beija-flor! Tua plumagem tão bela E tua cor Dariam a mais rica tela De um pintor! Gostaria de beijar-te, Ó minha flor! Mas receio magoar-te, No meu ardor! Nunca vi mais bela rosa Em outro jardim! Quero beijar-te , ó formosa Flor de carmim! Resistir já não devo, Rosa gentil Ao contemplar-te , com enlevo O teu perfil! - Não posso mais esperar Pelo teu beijo! Oh, Vem depressa matar O meu desejo! Eu agradeço teu beijo, Meu beija-flor! Volta de novo , que almejo O teu amor! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Caminhando sobre as águas com Cristo

Despedindo a multidão, Sobre Jesus a montanha, E, chegando a noite, lá estava, Orando na solidão. Seus discípulos, na barca, Na outra margem, aguardavam, Mas, o vento era contrário E as águas se agitavam. E, ao chegar a madrugada, Antes mesmo da alvorada, Vem Jesus ao seu encontro, Caminhando sobre o mar. Quando os discípulos O viram, Caminhando sobre as águas, Um grande medo sentiram. Julgando ser um fantasma, Deram gritos de terror. Mas Jesus tranquilizou-os Dizendo: - Não tenhais medo! Sou eu, o vosso Senhor. Mas, Pedro quis ter certeza Dessa tão grande proeza, Toma a palavra e fala: - Se és tu mesmo, Senhor, Manda-me ir ter contigo, Manda-me ir sobre as águas! O senhor lhe disse: - "Vem!" E Pedro, imediatamente, Guiado por sua luz, Sai da barca e caminha, Por sobre as águas também, Ao encontro de Jesus. Mas, redobrando o furor, Do vento, a violência, Teve medo o pescador, E começando a afundar Grita então, com veemência: - "Vem salvar-me, meu Senhor!" No mesmo ...

Maio, o incipiente friozinho e a cristandade

Gota d'água no aranhol Tremeluzente, Na linda manhã de escol Resplandecente! E o friozinho chegando Incipiente A epiderme eriçando, De toda gente. É maio - bem o sabeis - No campo, viceja a flor Da igreja, se eleva ao céu Todo louvor. Os anjinhos a cantar Alegremente, Vão subindo o altar, Tão inocentes! No altar a Virgem Santa, Toda clemência, Sorri de alegria tanta, Com indulgência. No mês inteiro, solene Coroação, O sino, o incenso, a alegria No coração. É maio - bem o sabeis - Mas que saudade Das rezas e ladainhas Da cristandade! Trecho da obra: Encontros e desencontros de Maria Antonietta de Rezende Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Eis aí a razão do meu pranto

Vai começar o espetáculo! O rei, apoiado em seu báculo, Entra em cena e, em seu trono toma assento. Descerra-se a cortina, em tempo lento. Um outro personagem entra em cena E chora, chora tanto, que dá pena! - Por que choras tanto assim, Fantoche?! - Porque não aguento mais tanto deboche! Não suporto mais ver esta nação Tão mergulhada na corrupção! Não suporto mais tanto cinismo Eu, que já tive tanto idealismo! Eu sempre sonhei ver este país Soberano e sua gente mais feliz. Mas vejo que sou este visionário, Um Quixote infeliz e solidário. Eu sempre fui um cidadão honesto, Por isso, estou lançando o meu protesto! - Vejamos então, a que é que tens direito? - Naturalmente ao respeito! E principalmente à liberdade E, ainda, à honestidade! - Como vives tu, Fantoche? - Naturalmente, manipulado! Acintosamente, usado! Sistematicamente, controlado! Compulsoriamente, pressionado! Conscientemente, enganado! - Por que clamas tu, Fantoche? - Eu clamo por justiça, E também contra a preguiça...

Lágrima de Cristo, à valorosa corporação musical

Na praça da Matriz o povo se comprime. A multidão, compacta e expectante, Aguarda ansiosa a encenação. Semblantes comovidos, olhares de desdém, Alguns indiferentes, até sorrindo vêm, Tal como aconteceu há quase dois mil anos. O narrador apresenta os soldados romanos. Vai começar estranho julgamento; Um Deus será julgado por vassalos; Um justo julgado por iníquos; Um inocente isento de labéu, Que testemunhas falsas torna réu; A verdade eterna frente à hipocrisia. Traído por amigos é preso e manietado. Ao Sinédrio é levado e julgado à revelia E começa a beber o cálice da agonia. O preso é levado à presença de Anás, Que por sua vez o remete a Caifás; De Caifás é então levado a Pilatos, Que o remete a Herodes. Com estrema crueza e maus- tratos, É de novo levado ao governador Pilatos. Em seu lugar, libertam Barrabás, E a humanidade, até hoje, não sabe o que faz. Pilatos lava as mãos, ó grande pusilânime! E o réu tomando a cruz, seu corpo quase exânime, Sob seu peso tomba e cai, Mas, de nov...

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