Apareceu mais tarde1 o Circo Landa, o maior de todos os que no passado vieram a Carmo da Cachoeira e foi armado atrás do cemitério.
Era um bom circo e não se demorou aqui por muito tempo. Dele, a única coisa de que me lembro, é a seguinte:
Logo em uma de suas primeiras apresentações, quando o palhaço apareceu em cena, contou uma piada um tanto apimentada; mal, porém, a terminara, as mães de família presentes ao circo começaram a sair, numa clara demonstração de desagrado. A primeira a deixar o circo foi D. Ana Evangelina Ximenes, professora da Escola Pública Feminina, que saiu acompanhada por todas as filhas; logo a seguir outras mães procederam do mesmo modo e assim o circo se foi esvasiando. O palhaço, envergonhado pelo que estava acontecendo, ficou parado no meio do circo e nem teve graça para continuar com as suas "palhaçadas". Foi uma lição de mestre, porque durante muito tempo nenhum palhaço teve a ousadia de insultar as famílias, contando piadas imorais.
Prof Wanderley Ferreira de Rezende
trecho do Livro: Carmo da Cachoeira: Origem e Desenvolvimento.
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1 Meados da primeira metade do século XX.
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