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Esta casa foi identificada por nossos leitores como sendo propriedade de Santos Chagas, um octogenário, interlocutor de todas as horas, morador no Palmital do Cervo, onde mora um de seus filhos.
Este sábio senhor é de uma lucidez extraordinária, fazendo parte de nosso arquivo vivo, onde estão cuidadosamente armazenados dados, e a história de nosso passado. Fala com orgulho de sua origem. Lembra do município mineiro de Oliveira, de onde vieram seus ancestrais. Fala também em das cidades de Córrego do Ouro e Campo Belo, locais onde os de seu passado desempenharam a função de administradores de fazendas.
Comentários
Dona Alvarina e Olady foram pais também de Nympha.
casado com dona Phelomena Costa; o Antonio, conhecido com Totonho; a Otaviana de Souza Chagas; a Isalina; a Gabriela; a Constância de Souza, nascida em 10/01/1894 e falecida em 20/07/1962 e a Paula ou Paulina de Souza.
Aqui em Carmo da Cachoeira, há uma citação da FAMÍLIA NAVES, dados que registramos por estar ligado a "COSTA". Não sei se interessa ao senhor, e é o seguinte: "Em 15/08/1922, JOSÉ FELIX DA COSTA, jornaleiro, res. na freguesia do Carmo da Cachoeira faz parceria com o senhor MANOEL REIS NAVES. Local: terreiro da Fazenda São Marcos. Assinam, José Bressane de Sant´Anna por José Félix em presença de Emílio Cardonazzo e João Baptista Nogueira".
O espaço fica agora com o professor Wanderley: "Em um conto intitulado 'O Toureiro', que publiquei em 1942 em um dos jornais de Varginha, havia um trecho que foi CENSURADO pelo diretor do jornal, e no qual eu dizia o seguinte:
Certo dia o circo chegou a um dos arraiais que bordejam a Rede Mineira de Viação. Era pequeno e atrasado, como todos os arraiais.
Estes núcleos de população, alguns já bem antigos, conservavam-se até pouco atrás estagnados e sem nenhuma esperança de progresso, não porque se tratasse de gente pobre e ignorante, mas porque o desenvolvimento dos arraiais era contrário aos interesses dos chefes políticos, cuja mentalidade mesquinha não hesitava em sacrificar o bem-estar coletivo na ara de suas desmedidas e insaciáveis ambições de mando. Para tais indivíduos, manter os arraiais em atraso era, até certo ponto, uma questão de vida ou morte. Compreende-se. Os arraiais giravam como satélites na órbita das cidades mais ou menos adiantadas; e nestas, ou porque o povo tivesse mais visão das coisas ou por outros motivos quaisquer, sempre surgiam partidos oposicionistas, que na época das eleições tiravam o sono aos chefes situacionista. Ora, trazendo os habitantes dos arraiais e povoados dominados, era nestes redutos que os mandões de outros tempos iam buscar as MAIORIAS ESMAGADORAS, com que venciam as eleções.
Quando se aproximava algum pleito eleitoral, era de ver-se a delicadeza, a boa vontade dos chefes políticos. Distribuíam sorrisos e promessas a torto e a direito, traçavam planos de grandes melhoramentos para as sedes distritais e chegavam mesmo ao sacrifício de mandar entupir alguns buracos e capinar algumas ruas. Mas, passadas as eleições, eram esquecidas com a mesma facilidade com que haviam sido feitas; o matagal tomava outra vez conta da praça e das ruas, as chuvas reabriam a buraqueira e a vida continuava como antes. Melhoramentos? Progresso? Tolices. Artigos de luxo que só convinham às cidades grandes.
Esta era, de modo geral, a História dos distritos e esta foi a HISTÓRIA DE CARMO DA CACHOEIRA até que chegou no ano de 1926, e com ele o começo da reação".
Se os velhos de há cinquenta ou sessenta anos pudessem voltar aqui,(1975) como haveriam de ficar admirados com a transformação havida em tão poucos anos!
Eu imagino que, se meu avô, ou outro avô qualquer falecido há muitos anos aqui chegasse nos dias atuais e encontrasse a cidade iluminada pela luz elétrica, visse os aviões cruzando os céus de sua terra, o cinema falado, o rádio, a televisão, etc., tamanho seria seu espanto, que não teria dúvida em julgar que por aqui havia passado algum mago saído das páginas das Mil e Uma noites. Chego mesmo a pensar que ele não se acostumaria a viver em mundo tão diferente daquele seu tempo".