
Para a população branca, a utilização maciça da população africana, vista como bárbara, em Minas Gerais, provocava grandes problemas de ordem interna. Ainda que seja um texto voltado para problemas mineiros, é possível identificar as principais idéias sobre os negros presentes no século XVIII de uma maneira geral: eles eram bárbaros, só se domesticavam através do medo. Ou seja, para subjugá-los, somente utilizando meios violentos, porque acreditavam que os brancos eram seus inimigos já que os mantinham em escravidão; eram feras; matavam os brancos, e não mereciam piedade em caso de efetuarem ataques às populações brancas e senhoriais.
Para controlá-los, somente a criação “...em todas as povoações certo número de Capitães dos Matos pagos pelos povos e que estes sem a mínima piedade matassem todos os negros que encontrassem armados fora do domínio de seu senhor ... e mandando os mesmos senhores que lhes não permitissem ajuntamentos nem ... nas quais maquinavam a intestada sublevação recomendando aos Capitães das Ordenanças fizessem assim praticar com graves penas aos transgressores...”1
Continua afirmando que a solução seria “...acrescentando o número de brancos para maior terror dos negros ... ainda que tem experimentado vários assaltos dos mesmos negros que andam dispersos pelos matos e brenhas com algumas malocas fugidos do domínio de seus senhores cometendo vários insultos de roubos e mortes e atrevendo-se a povoações que suspeitam menor fortificadas para a defesa e fazendo séquitos de maior força para o seu intento naquelas paragens que julgam serão menos perseguidos onde tem multiplicado levantando casas e fazendo-se fortes para defesa vivendo sem lei nem obediência as Leis de Sua Majestade e menos os preceitos da Igreja principalmente onde chamam Campo Grande que confina com a Capitania de São Paulo, onde não é fácil combatê-los sem avultada despesa...”.2
Continua afirmando que a solução seria “...acrescentando o número de brancos para maior terror dos negros ... ainda que tem experimentado vários assaltos dos mesmos negros que andam dispersos pelos matos e brenhas com algumas malocas fugidos do domínio de seus senhores cometendo vários insultos de roubos e mortes e atrevendo-se a povoações que suspeitam menor fortificadas para a defesa e fazendo séquitos de maior força para o seu intento naquelas paragens que julgam serão menos perseguidos onde tem multiplicado levantando casas e fazendo-se fortes para defesa vivendo sem lei nem obediência as Leis de Sua Majestade e menos os preceitos da Igreja principalmente onde chamam Campo Grande que confina com a Capitania de São Paulo, onde não é fácil combatê-los sem avultada despesa...”.2
Trecho de um trabalho de Marcia Amantino.
Próximo Texto:
Texto Anterior: Um vassalo do rei suplica contra os negros de África e Guiné.
Próximo Texto:
Texto Anterior: Um vassalo do rei suplica contra os negros de África e Guiné.
1 APM SC 218 fls. 191-193
2 ibiem
2 ibiem
Comentários