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Algumas linhas sobre Domingos José Garcia.

Sobre Domingos José Garcia, a genealogista Denise Cassia Garcia¹ diz:

Domingos José Garcia, batizado em 1795² e não 1792³, Casou-se com Vicência Cândida Cezarino. O inventário de Domingos José Garcia foi feito no Cartório do Segundo Ofício de Lavras, Minas Gerais, em 1864, sendo inventariante, a viúva, Vicência Cândida Cezarino. Aproximadamente 15 anos depois, faleceu Vicência, sendo também inventariados os seus bens no mesmo Cartório, em 1879, sendo inventariante, Raphael Soares da Costa (Rafael Soares da Costa). Não tivemos acesso a nenhum dos dois inventários, por motivos expostos anteriormente, mas sabe-se que o casal teve dez filhos. Domingos José Garcia também consta na Lista dos Cidadãos do Curato de São João Nepomuceno (Município de Nepomuceno, Minas Gerais), de 19 de dezembro de 1831 e, a julgar pelo seu registro de batismo, deveria estar com 36 anos de idade e não com 40, conforme consta.

Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Próxima matéria: José de Moraes Raposo.
Artigo Anterior: Espólio de dona Fancisca Maria de Jesus.

1. Garcia, Denise Cassia, Os Garcia Frades - Ascendentes e Descendentes. Belo Horizonte. 1990.
2. Livro 1 suplemento, pág. 187 - Casa Paroquial de Lavras - Minas Gerais.
3. conforme Ricardo Gumbleton Daunt.

Comentários

Anônimo disse…
Diogo Garcia casou-se no Brasil, com uma das lendárias Três Ilhoas, Júlia Maria da Caridade. Seu irmão, João Garcia Pinheiro, também conhecido como João Garcia Luís, casou-se, por volta de 1700, na Matriz do Divino Espírito Santo da Feteira, com Maria Leal. A filha de João e Maria Leal, ROSA MARIA DE JESUS, casou-sem em 1739 na Capela de São Miguel do Cajuru, filial da Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João del-Rei, com ANTONIO DO VALE RIBEIRO, filho de ANDRÉ DO VALE RIBEIRO e TERESA DE MORAES.
TERESA DE MORAES era irmã e ÂNGELA DE MORAES RIBEIRO (Morais) (Ribeira), nascida em 1717 em São João del Rei e falecida da PARAGEM DO RIO GRANDE. Ângela é a mãe de JOSÉ JOAQUIM GOMES BRANQUINHO da Fazenda BOA VISTA, sede do Distrito de Carmo da Boa Vista, Município de Lavras do Funil.
Januário Garcia Leal, segundo documentos encontrados por Dr. Marcos Paulo de Souza Miranda, e publicado às p.55/56 de sua obra, Jurisdição dos Capitães, pode ter recebido, através de heranças, as terras do SITIO VENTANIA, hoje, Município de Alpinópolis. A mulher de JANUÁRIO GARCIA LEAL, dona Mariana Lourença de Oliveira passou em cartório o seguinte documento:
"Digo Eu abaixo assinada Mariana Lourença de Oliveira, que meu marido o Capitão Januário Garcia Leal há mais de três anos se ausentou desta Capitania e por não haver notícias alguma deste e por sermos senhores e possuidores entre os mais bens que possuímos, bem assim o somos de um sítio denominado VENTANIA e PONTE ALTA, cujo sítio é composto de terras de cultura, capoeiras e matas virgens e campos, e cujas terras partem pela parte do Norte com Antônio José da Silveira e seu irmão Joaquim da Silveira Duarte principiando no ribeirão dos Cancans pelo caminho velho acima até o espigão e pelo espigão acima até o alto do morro dos Penteados (Topônimo alusivo à família Penteado, de grande expressão na região e à qual pertencia o padre João Rodrigues Penteado, primeiro pároco de São Sebastião da Ventania) e do dito morro descendo a um grotão fundo e por ele abaixo até a barra do Capetinga e pelo dito córrego da Capetinga abaixo até a Conquista, partindo com a fazenda da Prata e pelo ribeirão acima até a ponta da serra do Quilombo Queimado e dali pelo cume da serra até o ribeirão dos Cancans por onde divisa com o Capitão Thomé Soares Coelho e pelo ribeirão abaixo, partindo com terras do Alferes JOSÉ JUSTINIANO DOS REIS cujo sítio mandei avaliar pelos louvados abaixo assinados e juntamente com terreiro, muros, lavras, roças, rego de águas e ranchos de capim, que tudo louvaram em preço de duzentos e noventa e dois mil réis, coberta a avaliação trezentos e vinte réis, e porque o dito meu marido ficou devendo e devemos ao Alferes José Justiniano dos Reis a quantia de cento e oitenta e dois mil e trezentos e trinta e cinco réis e também cem mil réis ao Capitão JOSE ALVES DE FIGUEIREDO, e por ele meu marido deixar determinado que pagasse estes credores com toda a prontidão a custa de nossas fazendas, por ser dinheiro de primos e porque não havia nenhuma conveniência para se pagar estas dívidas faço doação do dito SÍTIO VENTANIA ao Alferes José Justiniano dos Reis em seu pagamento e ficando este obrigado aos cem mil réis acima declarados ao dito Capitão José Alves de Figueiredo, e o resto que são nove mil seiscentos e sessenta e cinco, recebi ao fazer esta e desde já lhe dou toda a posse, domínio, jus e ação que tenho do dito sítio para que o dito comprador possa possuir, desfrutar, alienar como suas próprias que ficam sendo de hoje para sempre e me obrigo a fazer esta doação boa a todo o tempo quando preciso for na meação que me tocar (...).
Pedi e roguei ao Capitão Thomé Soares Coelho que este por mim fizesse e assinasse, presentes as testemunhas e louvados. Hoje, Fazenda da Ventania, 25 de novembro de 1806. Assino a rogo da doadora Maria Lourença de Oliveira. Thomé Soares Coelho. Como testemunha e louvado Eduardo Alves Barros. A rogo da testemunha e louvado Manoel Jorge Medeiros. José Garcia Leal. Como testemunha e louvado Antônio José Pena. Como testemunhas João Inácio Cabral e Joaquim Ferreira".
Anônimo disse…
Como nós já temos conhecimento, Domingos José Garcia é um dos filhos de dona Francisca Maria de Jesus, filha de José Martins Borralho e de Teodora Lima, falecida em 1819. A meação do viúvo, capitão Matheus Luiz Garcia, décimo quarto filho de Diogo Garcia e Júlia Maria da Caridade, importava em 7:217$137. O capitão MATHEUS LUÍS GARCIA sobreviveu à mulher durante cinco anos. Faleceu aos 2 de outubro de 1824, na Freguesia de São João Nepomuceno (Nepomuceno, Minas Gerais). Seu inventário está arquivado no Cartório de Primeiro Ofício de Lavras e dele consta o nome de DOMINGOS JOÉ DA COSTA, batizado em 29 de novembro de 1792, casou-se com dona Vicência Cândida Cesarino. Sobre seu pai, Dr. Marcos Paulo de Souza Miranda, p.102/103, de sua obra Jurisdição dos Capitães, diz o seguinte:

O CAPITÃO MATEUS LUIS GARCIA.

Mateus Luís Garcia, nasceu em Carrancas, Minas Gerais, e aos 11 de junho de 1764 casou-se em Aiuruoca com FRANCISCA MARIA DE JESUS, filha de José Martins Borralho, natural de São Vicente de Alfena, Portugal; e de Teodora Barbosa Lima, natural de Lorena-SP; neta paterna de Manoel Antônio e de Isabel Martins Borralho, naturais de São Vicente de Alfena, Bispado do Porto; e neta materna do Sargento-Mor Francisco Barbosa Lima, natural da cidade de São Paulo; e de dona Maria de Andrada, de Jacareí-SP (GUIMARÃES, José de. As Três Ilhôas, v.2,t.2,p.1209-1210).
Mateus afazendou-se na Freguesia de Lavras, onde recebeu sesmaria de meia légua em quadra no ano de 1784. Foi pai de numerosa família. É considerado o fundador da cidade de Nepomuceno, pois em terras que doou para construção de uma capela dedicada a São João Nepomuceno surgiu um pequeno arraial que deu origem à cidade de que tratamos.
Em 24 de maio de 1803 recebeu de Bernardo José de Lorena, Capitão-General da Capitania de Minas Gerais, carta patente do posto de Capitão do Distrito de São João Nepomuceno, então pertencente ao Termo da Vila de São João del-Rei (APM, SC297,p.282,v-283). Já havia ocupado o posto de Alferes anteriormente.
Anônimo disse…
Três Capitães de Milícias se juntaram em torno de um único objetivo: fazer justiça. Optaram pela lei de talião, uma das mais antigas existentes. Vem do tempo da Babilônia (1730, Antes de Cristo). Esta lei consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena. É uma retaliação, a partir de um mal causado a alguém e o castigo imposto a que o causou. Neste caso em particular, foi um crime contra JOÃO GARCIA LEAL.
Januário Garcia Leal, seu tio - Matheus Luís Garcia e seu irmão caçula, Salvador Garcia Leal, então Capitães de Milícias foram os responsáveis pela retaliação.
Sobre o alferes Salvador Garcia Leal, Dr. Marcos Paulo de Souza Miranda, em sua obra, Jurisdição dos Capitães, p.103/104, diz:

O ALFERES SLAVADOR GARCIA LEAL

Salvador Garcia Leal nasceu por volta de 1768, em São Bento do Tamanduá. Casou-se em 10 de outubro de 1786 com Isabel Teodora da Conceição, natural de São João del-Rei, filha de José Cardoso de Mesquita e de Maria das Candeias. Residiu em Lavras e posteriormente em Casa Branca.
Em 27 de outubro de 1802 recebeu de Bernardo José de Lorena, Capitão-General da Capitania de Minas Gerais, carta patente do posto de Alferes da Ordenança do DISTRITO DE CABO VERDE, Termo da Vila da Campanha do Rio Verde (APM, SC297,p.227,v.228).
Em agosto de 1813, o alferes Salvador Garcia Leal e seu irmão, Sargento-Mor José Garcia Leal, requeriam em São José do Mogi-Mirim, em São Paulo, a medição e a demarcação das terras que haviam obtido por carta de sesmaria (CAMPESTRINI, Hildebrando. Santana do Paranaíba,p.119). Em 28 de dezembro de 1816, os irmãos fizeram a divisão amigável da referida sesmaria, ficando José Garcia Leal com a Fazenda da Graça e Salvador Garcia Leal com a Fazenda da Vargem Grande. Tais propriedades situavam-se em território compreendido hoje pelos municípios de Vargem Grande do Sul-SP (SANTANA, Benedito. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso do Sul,p.138).
Em 30 de setembro de 1823, o Alferes Salvador Garcia Leal fez seu testamento de última vontade, que se encontra arquivado no Cartório do Primeiro Ofício de Mogi-Mirim, em São Paulo. Nas disposições de última vontade deste homem ficaram demonstrados, mais uma vez, a retidão de sua conduta e o brilhantismo de seu caráter. Em seu livro História de São João da Boa Vista, a historiadora paulista Maria Leonor Álvares da Silva conta que em seu testamento Salvador Garcia Leal pede ao testamenteiro que pague uma dívida de dez mil réis a uma pessoa cujo nome simplesmente havia esquecido. A determinação resultou do seguinte fato: Salvador permutou um cavalo por uma mula e voltou dez mil réis, pois o animal que havia adquirido valia mais. Acontece que Salvador não tinha dinheiro para fazer o pagamento na hora e o homem então ficou de procurá-lo para receber a quantia posteriormente. Não apareceu mais, mas Salvador não esqueceu da dívida e antes de morrer pediu ao seu testamenteiro que a resgatasse!
Esses fatos servem bem para confirmar a idoneidade moral de Salvador e corrobora nossa afirmação anterior no sentido de que OS GARCIAS eram homens de bem e os atos que cometeram certamente tinham por fonte um motivo muito sério, a ponto de desviar-lhes a conduta pacata e regrada.
Anônimo disse…
O comentário anterior, por erro de postagem, aparece como Anônimo, leia-se, no entanto, PROJETO PARTILHA.
Anônimo disse…
Quem eram os irmãos de Domingos José Garcia. Segundo o Dr. Ricardo Gumbleton Daunt, cada filho de Matheus Luís Garcia, no ano de 1827, recebeu a legítima de 310$944, e diz: "De acordo com o título de herdeiros contemplados em ambos os inventários e também dos assentamentos de batismo daremos, a seguir, a relação dos filhos do casal e as dotações dos filhos casados, que contam do último inventário", de (Matheus e Francisca). São eles:
1- Capitão Diogo Garcia da Cruz, nascido em 1772, casado com Inocência Constança de Figueiredo, dotação 138$000, a saber: um escravo de nome Joaquim Angola - 130$000 e uma espingarda velha - 6$000, total de 136$000.

2- Mariana Luiza do Espírito Santo, casada com José da Silva Coelho - dotação 600$000 (este casal deixou 6 filhos).

3 - Francisco Luiz Garcia, com 55 anos de idade, casado, depois do falecimento dos pais, com Luzia Inácia da Silva, sendo inventariado a 17-7-1850, em Batatais (São Paulo) com o seguinte título de herdeiros, além da viúva inventariante: Joaquim José Garcia, de 35 anos; Sebastião José Garcia, de 33 anos; Francisco Antônio Pereira, por cabeça de casal, pois era casado com dona Maria Rita; Manuel Tomaz Garcia, de 30 anos; Manuel Francisco de Lima, por casal, pois era casado com dona Maria Rufina; Francisco Tomaz Garcia, de 26 anos; José Luiz Garcia, de 23 anos; Cândido Antônio Garcia, de 21 anos (Segundo Ofício, maço 1, 1850; pesquisas do prof. Francisco de Paula Santos).

- José Luiz Garcia, batizado a 1 de novembro de 1775 em Aiuruoca casado com Escolástica Maria de São José - Dotado 136$000 (este casal deixou 3 filhos).

- Alferes Mateus Luiz Garcia, batizado a 5 de setembro de 1782, em Espírito Santo dos Coqueiros, hoje Coqueiral, casado com Isabel Flausina do Nazaré - dotado 100$000 (com 7 filhos).

- Genoveva Inácia de Jesus, batizada a 21 de dezembro de 1783, em Coqueiros, casada com Inácio Moreira Alvarenga - dotação 250$000 (sem geração).

- Antônio Carlos Garcia, batizado a 25 de julho de 1786, em Coqueiros, casado com Ana Custódia de Jesus - dotado 130$000 (este casal deixou seis filhos).

- Manuel Tomaz Garcia, batizado a 9 de outubro de 1786, em Dores do Pântano, hoje, Dores da Boa Esperança, casado com Silvéria Vila Boas - dotação 136$000 (com descendência).

- Domingos José Garcia, batizado em 29 de novembro de 1792, casou depois do falecimento de seus pais, com Vicência Cândida Cesarino com 10 filhos.

- Maria Luiza do Espírito Santo casou com o Alferes Manuel Gomes de Lima; dotação 282$000 (o casal deixou dois filhos).

- Joaquim José Garcia, batizado na Capela de Santo Antonio do Amparo, em 1794, falecido a 16 de novembro de 1841, deixando bens em que se habilitaram seus irmãos.

- Teresa Luiza Garcia, batizada a 3 de março de 1794, gêmea com Joaquim José Garcia, falecida na infância.

- Júlia Maria da Caridade, falecida solteira, com avançada idade.

- João Luiz Garcia, batizado aos 16 de setembro de 1795, na Capela do Rio Grande, casado com Francisca de Paula Guimarães - dotação 120$000 (este casal deixou nove filhos).
Anônimo disse…
Pe Joaquim Leonel de Paiva e Silva, da Fazenda Maranhão, no ano de 1805 era neto materno de MARIA DE MORAES RIBEIRO (Morais) (Ribeira), irmã de Ângela de Moraes Ribeiro. (Morais)(Ribeira). Padre Joaquim Leonel de Paiva foi inventariado no ano de 1847. Local - São João del-Rei
Caixa 1847
Inventariante Francisco Machado de Azevedo.

Francisco Machado de Azevedo, cunhado e inventariante do Pe. Joaquim Leonel de Paiva e Silva, foi casado com Prudenciana Umbelina de Paiva. Filhos do capitão Antonio de Paiva e Silva e Ana Antonia de Brito. Netos paternos de Domingos de Paiva e Tomásia Maria da Silva; netos maternos de Maria de Moraes Ribeira e Antonio de Brito Peixoto.

Documento encomendado pelo Projeto Partilha.
Transcrição: Edriana Aparecida Nolasco

Fl.01
Inventário dos bens do falecido Reverendo Joaquim Leonel de Paiva e Silva quem é o testamenteiro e Inventariante - Francisco Machado de Azevedo.
Data - 02 de novembro de 1847
Local - São João del Rei

Fl.03
DECLARAÇÃO

E logo declarou o inventariante que o inventariado falecera no dia vinte e oito de maio do corrente ano de mil oitocentos e quarenta e sete, com Testamento solene (...)

Fl.03v

HERDEIROS
01- Plácido Manoel de Paiva, casado morador em São Sebastião do Jacuí;

02 - Francisco Joaquim de Paiva, solteiro, com trinta e três anos morador em São Sebastião. Termo de Jacuhy.

03 - José Maria Barbosa, casado morador em São Gonçalo. Termo de Campanha.

04 - Dona Cândida Ribeira de Paiva, casada, o nome de seu marido ignora, moradora em São Pedro de Alcântara. Termo da Vila do Arachá.

Fl.04
DIVIDAS ATIVAS

-José Maria Barbosa 507$865
-Joaquim Leonel de Paiva 1:585$332
-Antonio Machado 678$652
-Antônio Cândido 1:237$498
-Francisco de Sales 64$000
-Antônio de Araújo Lobato 214$161
-Theresa Vitória de Jesus 115$396
-Joaquim Francisco de Souza 600$000
-Francisco Machado 2:034$998
-Domingos Theodoro 2:000$000
-José Venâncio de Carvalho 200$000
-Manoel Moreira da Silva 500$000
-José Maria Barbosa 400$000
-Marçal 496$000

Fl06
TESTAMENTO
Em nome de Deus. Amém.
Eu o Padre Joaquim Leonel de Paiva, abaixo somente assinado estando em meu perfeito juízo determino fazer o meu Testamento e o faço da maneira seguinte:
Sou natural e batizado na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Carrancas, filho legítimo do capitão Antonio de Paiva e Silva e dona Ana Antonia de Brito, ambos já falecidos, e portanto não tenho herdeiros necessários, tanto ascendentes como descendentes.
Rogo queiram ser meus testamenteiros em primeiro lugar a meus sobrinhos e afilhados Francisco Machado de Azevedo, e José Procópio de Azevedo, ambos unidos em um só corpo; em segundo lugar a meus sobrinhos Joaquim Leonel de Azevedo e Francisco Eugênio de Azevedo unidos, (...).
Determino que logo que eu falecer, meu corpo envolto em Hábito sacerdotais e em decente caixão seja sepultado em Cemitério ou adro mais vizinho (...)
(...)

Fl.06v
Declaro que tendo constituído o meu patrimônio em terras que possuía na Fazenda do Engenho que hoje não me pertence por ter aberto mão das ditas terras em troca de outras que fiz com meu cunhado o Tenente Francisco Machado de Azevedo constituindo hoje meu patrimônio em dinheiro equivalente.
Declaro que sendo meus sobrinhos Francisco Machado de Azevedo e Joaquim Leonel de Azevedo meus devedores de algumas quantias de dinheiro que lhes tenho emprestado é minha vontade deixá-lhes o prazo de quatro anos para satisfação desta quantia em pagamentos anuais e iguais e isto não tendo pago em minha vida.
(...)

Fl.07
Cumpridas as minhas disposições conforme determino instituo herdeiros dos remanescentes em igual parte a Plácido Manoel de Paiva, a Francisco Joaquim de Paiva, a José Maria Barbosa, a Cândido Ribeiro, exposto em casa do Alferes Leandro Ribeiro da Silva.
(...)
(...)roguei ao senhor José Carlos Nascente que o escrevesse e como testemunha o assinasse (...)
Carrancas, 02 de setembro de 1845.
Padre Joaquim Leonel de Paiva e Silva.

Fl.08
SUBSCRITO
Testamento do Padre Joaquim Leonel de Paiva morador na Freguesia de Carrancas (...)

Fl.08
ABERTURA

Certifico que aos vinte e oito de maio de mil oitocentos e quarenta e sete me foi apresentado este Testamento (...) com que faleceu o Testador Padre Joaquim Leonel de Paiva...
Anônimo disse…
Da obra, "encontro e desencontros", Maria Antonietta de Rezende, p.82/83.

REPOUSO

Finda o dia.
Aos poucos, vão buscando os seus ninhos
E vão-se aconchegando, buliçosamente,
A revoada leda dos passarinhos.

Vem a noite.
À mesa, a família se reúne
E, depois da ablução e do perfume, Encontra, na ceia apetecida,
O repasto, que refaz as forças
E o repouso feliz da sua lida.

Vem o sonho.
E, no sonho, penetro em teu quarto.
Vejo teus discretos movimentos
E minha alma atenta estremece.
A cabeça se inclina docemente
E a boca, levemente entreaberta,
Murmura breve e comovente prece.

Sinto, no ricto de tua boca, a expressão
Feita num doce e doloroso corte
Do beijo dado na veemência louca
E daqueles que, apesar de querer tanto
Neguei, deixando o amargo desencanto
E um gosto de saudade em minha boca.

Todo o sonho sinto envolto na casta assepsia.
Sinto, porque te amo e te acompanho
E te sigo, na dor e na alegria.
Tu vais sempre embalado comigo,
Não sei se és meu amor ou meu amigo.

E depois,
Sondo os segredos do teu corpo amado,
Quanto me sinto envolta nos teus braços,
Sinto-te as mãos nas minhas enlaçadas,
No doce afago que também te faço.

Sinto teus olhos tão negros, tão profundos,
De uma luz e fluidez tamanha,
Que nenhum encanto neste mundo,
Me encanta mais, quando esse olhar me banha.
Anônimo disse…
Ao olhar para o céu, neste instante vi a lua. Não há como não ser vista, diante de tanta formosura e beleza. O céu está claro, após a tempestade da tarde. Sinto o impulso de buscar Pablo Neruda. Abro ao léu, p.90.

HOJE, é hoje com o peso de todo o tempo ido,
com as asas de tudo o que será amanhã,
hoje é o Sul do mar, a velha idade da água
e a composição de um novo dia.

À tua boca elevada à luz ou à lua
se acresceram as pétalas de um dia consumido,
e ontem vem trotando por sua rua sombria
para que recordemos teu rosto que morreu.

Hoje, ontem e amanhã se comem caminhando,
consumimos um dia como uma vaca ardente,
nosso gado espera com seus dias contados,

mas em teu coração pôs sua farinha o tempo,
meu amor construiu um forno com barro de Temuco:
tu és o pão de cada dia para minha alma.
Anônimo disse…
"O ORGULHO DE SER BRASILEIRO É TER CONSCIÊNCIA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO"

Arquivo

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A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. O importante Guia do Município de Carmo da Cachoeira , periódico de informações e instrumento de consulta de todos os cidadãos cachoeirenses, publicou um grupo de fotos onde mostra os principais pontos turísticos, culturais da cidade. Próxima imagem: O Porto dos Mendes de Nepomuceno e sua Capela. Imagem anterior: Prédio da Câmara Municipal de Varginha em 1920.

A origem do sobrenome da família Rattes

Fico inclinado a considerar duas possibilidades para a origem do sobrenome Rates ou Rattes : se toponímica, deriva da freguesia portuguesa de Rates, no concelho de Póvoa de Varzim; se antropomórfica, advém da palavra ratto (ou ratti , no plural), que em italiano e significa “rato”, designando agilidade e rapidez em heráldica. Parecendo certo que as referências mais remotas que se tem no Brasil apontam a Pedro de Rates Henequim e Manoel Antonio Rates . Na Europa antiga, de um modo geral, não existia o sobrenome (patronímico ou nome de família). Muitas pessoas eram conhecidas pelo seu nome associado à sua origem geográfica, seja o nome de sua cidade ou do seu feudo: Pedro de Rates, Juan de Toledo; Louis de Borgonha; John York, entre outros. No Brasil, imigrantes adotaram como patronímico o nome da região de origem. Por conta disso, concentrarei as pesquisas em Portugal, direção que me parece mais coerente com a história. Carmo da Cachoeira não é a única localidade cujo nome está vincul

Cemitério dos Escravos em Carmo da Cachoeira no Sul de Minas Gerais

Nosso passado quilombola Jorge Villela Não há como negar a origem quilombola do povoado do Gundú , nome primitivo do Sítio da Cachoeira dos Rates , atual município de Carmo da Cachoeira. O quilombo do Gundú aparece no mapa elaborado pelo Capitão Francisco França em 1760 , por ocasião da destruição do quilombo do Cascalho , na região de Paraguaçu . No mapa o povoado do Gundú está localizado nas proximidades do encontro do ribeirão do Carmo com o ribeirão do Salto , formadores do ribeirão Couro do Cervo , este também representado no mapa do Capitão França. Qual teria sido a origem do quilombo do Gundú? Quem teria sido seu chefe? Qual é o significado da expressão Gundú? Quando o quilombo teria sido destruído? Porque ele sobreviveu na forma de povoado com 80 casas? Para responder tais questões temos que recuar no tempo, reportando-nos a um documento mais antigo que o mapa do Capitão França. Trata-se de uma carta do Capitão Mor de Baependi, Thomé Rodrigues Nogueira do Ó , dirigida ao gove

A Paróquia Nª. Srª. do Carmo completa 155 anos.

O decreto de criação da Paróquia foi assinado pela Assembléia Legislativa Provincial no dia 3 de julho de 1857. Pela Lei nº 805 , a Capela foi elevada para Freguesia, pertencendo ao Município de Lavras do Funil e ficando suas atividades sob a responsabilidade dos Conselhos Paroquiais. O Primeiro prédio da Igreja foi construído em estilo barroco , em cujo altar celebraram 18 párocos . No ano de 1929, esse templo foi demolido, durante a administração do Cônego José Dias Machado . Padre Godinho , cachoeirense, nascido em 23 de janeiro de 1920, em sua obra " Todas as Montanhas são Azuis ", conta-nos: "Nasci em meio a montanhas e serras em uma aldeia que, ao tempo, levava o nome de arraial. (...) Nâo me sentia cidadão por não ser oriundo de cidade. A montanha é velha guardiã de mistérios. Os dias eram vazios de qualquer acontecimento." Ao se referir ao Templo físico dizia: "Minha mãe cuidava do jardim pensando em colher o melhor para os altares da Matriz

O livro da família Reis, coragem e trabalho.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: 24º Anuário Eclesiástico - Diocese da Campanha Imagem anterior: A fuga dos colonizadores da Capitania de S. Paulo

Simpósio Filosófico-Teológico em Mariana

Aproxima-se a conclusão das obras de restauração na Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, Igreja Mãe de nossa Arquidiocese. Trata-se de expressivo monumento religioso, histórico e artístico, tombado no âmbito federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A Arquidiocese de Mariana, a Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM) e o Instituto Teológico São José (ITSJ) organizam este Simpósio com o objetivo de refletir sobre os trabalhos de restauro que em breve serão entregues à comunidade, bem como debater o significado deste templo, em relação aos aspectos teológicos e sua importância artística e arquitetônica em mais de três séculos de existência. Programação : de 25 à 27 DE MAIO DE 2022 25/05/2022 – Quarta-feira Local: Seminário Maior São José-Instituto de Teologia 19h - SAUDAÇÃO INICIAL - Côn. Nédson Pereira de Assis Pároco da Catedral - Mons. Celso Murilo Sousa Reis Reitor do Seminário de Mariana - Pe. José Carlos dos Santos Diretor da Faculdade Dom