Os imigrantes em Carmo da Cachoeira.

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De longa data é a emigração de açorianos para o Brasil.
A alta densidade demográfica, os frequentes tremores de terra, a posição geográfica privilegiada para viagens ao Brasil, a falta de perspectivas de melhoria financeira numa economia fundada exclusivamente na agricultura de subsistência e uma latente imobilidade social foram alguns dos fatores que fizeram com que açorianos deixassem sua terra para demandar melhor sorte em solo brasileiro. Entretanto, o número desses emigrantes ilhéus, aumentou enormemente a partir do início do século XVIII, quando se descobriu o ouro nas Minas Gerais, para onde passaram incontáveis levas daqueles homens simples, laboriosos e honrados, que muito contribuíram para a formação da sociedade mineira.
Segundo Djalma Garcia Campos, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, nos Açores estão as raízes da maioria da gente mineira, da sua formação étnica e de seus costumes. Ao açoriano cabe a palma de ter sido o nosso colonizador, o nosso desbravador, foi aquele bravo que fixou as nossas fronteiras e que matou e morreu na preservação de nossa integridade territorial". Cita para Cf.:Denise Cássia Garcia. Em Os Garcia Frades, p.07.
Ao prefaciar a obra de Dr. Marcos Paulo, o Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, JOSÉ GUIDO DE ANDRADE, escreve o seguinte:
Recrudescia sua fama de justiceiro, fazendo com que ele, Mateus e Salvador tomassem com encargo específico a missão de distribuir, na Capitania, aquilo que ali tanto faltava: uma justiça pronta e eficiente.
Instalava-se, assim, na Capitania de Minas Gerais, a jurisdição dos capitães, importante realidade histórica vivida por aquela sociedade, agora retratada por Marcos Paulo.
Um trabalho que resgata, inquestionavelmente, em nossa memória histórica, a honorabilidade da família Garcia Leal, da mesma forma que também destaca o importante papel desempenhado, durante tantos anos, por três dos seus integrantes "como verdadeiros e valiosos instrumentos de pacificação do território mineiro".
OBSERVAÇÃO: não confundam com uma homônima que foi casada 2 vezes, e aparece no mesmo trabalho. Esta aparece casada com José Joaquim da Cunha, e esm estado de viúva, com Luiz Ferreira Rocha ou Roxa.
Não há, em todo o vastíssimo território brasileiro, povoado algum, cidade ou vila, edificação, monumento, tudo que exija trabalho, esforço, energia, que não tivesse a construí-los, a cimentá-los, braços rijos de açorianos, suor, sangue, lágrimas, ossos, cinzas dos laboriosos filhos do Arquipélago". CF. p.13 da obra, Jurisdição dos Capitães.
"Bartolomeu Bueno do Prado era o mais temido capitão do mato, com grande experiência no combate aos quilombos. Nomeado "Governador-Comandante que vai para o do Campo Grande e mais sertões a destruir quilombos de negros fugidos ..." pela Câmara da vila de São João Del Rei, em 20 de junho de 1759, a fim de destruir os quilombos do Campo Grande (SC. 130, p.124, Arquivo Público Mineiro)".
Dona Isabel Bueno da Fonseca, mulher de Bartolomeu é filha de Francisco Bueno Feio e de dona Maria Jorge Velho. Na obra supra citada, Paulo Costa Campos esclarece, p. 27: "Capitão-Mor Francisco Luiz Bueno da Fonseca e Maria Jorge Velho".
Em Jurisdição dos Capitães, p. 30 lê-se: "Por volta de 1755, Bartolomeu passou para a região do Palmital, no sertão do Rio Grande, onde residia seu sogro. Naquele local foi buscado pelo governo mineiro para que chefiasse bandeiras contra calhambolas, pois granjeara grande fama nesse gênero de guerrilhas".
Essa pitoresca localidade situada no Sul de Minas Gerais, vizinha do município de Três Corações, surgiu no cenário histórico mineiro em meados do século XVIII. Em 14 de agosto de 1752, o Capitão-General de Minas Gerais, José Antônio Freire de Andrade, atendendo ao que havia lhe representado o Pe. Bento Ferreira, concedeu-lhe uma gleba de meia légua em quadra ao peticionário. Na Sesmaria recebida o Pe. Bento constituiu a FAZENDA CAMPO BELO, onde edificou uma capela dedicada a São Bento, em torno da qual, tempos mais tarde, surgiu o povoado.
JOÃO GARCIA LEAL estava estabelecido naquela região, talvez explorando as terras de seu sogro NICOLAU MARTINS SALDANHA, sesmeiro nas cercanias do Rio Verde", terras dividindo com Antônio José Salgado e por outro com Antônio Fernandes.